Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sábado, 19 de setembro de 2020

A BACIA (CRÔNICA DA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

 

A BACIA

Agenor Maria foi marinheiro tatuado. Estava no navio “Vital de Oliveira, torpedeado em águas da Bahia, durante a 2ª guerra. Salvou-se por milagre, pois 30% dos seus colegas morreram. Comboiou, no destróier “Maranhão” (contratorpedeiro), os navios brasileiros que faziam a rota Rio-África durante todo o ano de 1944 e, em 1945 voltou para São Vicente, no Seridó (RN), sua terra natal.

Agricultor, candidatou-se e foi eleito vereador pelo PSD (1954-1958).

Fundou a Cooperativa dos Produtores de Algodão do Rio Grande do Norte em 1960, quando já estava entrosado na política.

Foi eleito deputado estadual em 1962, pelo PDC (Partido Democrata Cristão) e, após a extinção dos partidos políticos, foi candidato, em 1966, a deputado federal, pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), obtendo 13.045 votos e ficando como suplente. Quando Aluízio Alves pediu licença, Agenor Maria assumiu.

Na crise de dezembro de 1968, o Congresso foi fechado. Tudo cercado de soldados, Agenor Maria, saindo do “corredor polonês”, olhou para trás, viu as duas conchas do edifício do Congresso, desenhadas no horizonte imenso de Brasília, e fez uma jura:

– SÓ VOLTO AQUI, SE FOR PARA A OUTRA BACIA.

A maior ascensão da carreira política de Agenor Maria aconteceu em 1974, quando, com o apoio de Aluízio Alves (Angicos-RN), extraordinária força política do MDB no Rio Grande do Norte, elegeu-se Senador da República (1975-1983).

Em 1974, uma hora da manhã, na boleia do seu caminhão, levando mercadorias de João Pessoa para Currais Novos, quando passava pelo posto de Parnamirim (RN), um portador o aguardava com uma carta do deputado Henrique Eduardo Alves, chamando-o a Natal no dia seguinte, para uma reunião.

O assunto tratado nessa reunião foi quase uma intimação, para que ele fosse candidato a senador pela Oposição. Agenor Maria aceitou e foi eleito.

No dia da posse, no Senado, em Brasília, o nordestino vitorioso, ex-marinheiro tatuado e agricultor, que trabalhava honestamente transportando mercadorias no seu caminhão, por ele mesmo dirigido, olhou de longe o edifício do Congresso, viu as duas conchas de Oscar Niemeyer desenhadas no horizonte azul e lembrou-se do juramento feito seis anos atrás:

– CUMPRI MINHA JURA! VOLTEI MESMO PARA A OUTRA BACIA, A BACIA EMBORCADA!

A oposição venceu dezesseis das vinte e duas disputas para o Senado, quando Agenor Maria foi escolhido para representar os potiguares na Câmara Alta do país, até ser eleito deputado federal pelo PMDB, em 1982.

Agenor Maria era considerado uma das grandes forças políticas do Seridó, e do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional. Durante o período em que esteve, tanto no Senado, como na Câmara, defendeu a agricultura e os trabalhadores, sempre mostrando-se preocupado com a situação econômica, pela qual o Brasil estava passando, e ainda com a situação de outras áreas importantes.

Agenor Nunes de Maria, natural do Rio Grande do Norte, filho de Antônio Inácio de Maria e Júlia Nunes de Maria, nasceu em São Vicente (RN), em 16.08.1924 e faleceu em Natal (RN), em 14.06.1997.

Um homem íntegro, simples, agricultor, e com grande vocação política. Sua atuação engrandeceu a história política do Rio Grande do Norte. Se vivo fosse, hoje estaria entre os “fichas-limpas” do Brasil. Vereador, deputado estadual, deputado federal e senador(1075-1983) pelo Rio Grande do Norte, esse homem “do povo” não se deixou corromper pela volúpia do poder.


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