São Paulo - Após nove anos fechado, o Museu Paulista, do Ipiranga, reabre suas portas ao público nesta terça-feira (6/9) com uma área de exposições três vezes maior do que quando foi fechado em 2013 após um incêndio. A reabertura do museu assume uma das mais importantes atividades de comemoração dos 200 anos na capital paulista. O edifício monumento é localizado às margens do riacho que dá nome ao bairro na capital paulista, marco da Independência brasileira.
De acordo com o vice-diretor da instituição, Amâncio Jorge de Oliveira, a inauguração, em função de acordos com os patrocinadores da reforma, públicos e privados, já estava prevista, "há muito tempo', para ocorrer no dia anterior ao feriado de Sete de Setembro, diferentemente, segundo ele, das notícias de que o museu estaria evitando a data em função de receios em relação às manifestações marcadas para a data pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Amâncio Oliveira, que é professor de negociações internacionais na Universidade de São Paulo (USP), comentou que a engenharia política necessária para o projeto de reforma, que envolveu parceiros privados, instituições públicas, além dos governos estadual e federal, deu trabalho. “Foi o processo negocial mais difícil que já enfrentei na vida.” Para ele, os processos de polarização entre as esferas de governo foram um dos maiores desafios.
O novo museu além de uma área livre de exposições três vezes maior, tem em seu subsolo novos espações para arquivo do acervo e de reserva técnica, além de novas áreas de administração, o que possibilitou a utilização do prédio monumento quase que integralmente para exposições.
Rios e retratos do Brasil
Na entrada do Museu do Ipiranga, os visitantes podem ver 17 globos cheios das águas dos mais importantes rios nacionais. As águas foram trocadas este ano, usualmente, elas são substituídas a cada período de 30 anos, uma atividade de coleta realizada em parceira com a Marinha do Brasil.
Já nas salas reformadas do edifício, todas as preocupações com acessibilidade estão presentes no novo prédio. Com informações em libras, em braile e com obras e répicas de quadros em relevo, a nova proposta traz um museu não apenas para ser olhado, mas também para ser sentido pelo tato.