O título é o momento mais marcante para um time no futebol. E muitas das vezes, essas conquistas são tão memoráveis que acabam eternizadas por filmes, séries ou livros. É o caso do Campeonato Carioca de 1960, vencido pelo América, que virou roteiro para a obra chamada “1960: Quando as estrelas ficaram vermelhas”, de José Trajano.
José Trajano lança o livro no Rio de Janeiro neste sábado, a partir das 14h (de Brasília), na livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor, no Centro, e dará sessão de autógrafos. O lançamento em São Paulo foi no dia 31/01, na loja Retrôgol Arena, no Itaim Bibi.
— O ano de 1960 ficou muito marcado na minha vida. Eu tinha 13 anos. Foi quando o Rio de Janeiro deixou de ser capital. Brasília foi inaugurada. E o meu querido América foi campeão do primeiro campeonato do Estado da Guanabara. Foi um ano muito intenso — recorda Trajano ao GLOBO — Houve eleição presidencial, o Jânio foi eleito. Houve eleição no Rio para o novo Estado da Guanabara, Lacerda ganhou. Era o auge da Bossa Nova...
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Esta, no entanto, foi a última vez que José Trajano comemorou um título do América na elite do futebol estadual do RJ. O que torna o enredo ainda mais especial. Liderado por Nilo e Antoninho, que terminaram o torneio com nove gols cada, o time rubro, que havia batido na trave nos anos anteriores, assumiu a ponta apenas na última rodada depois de uma vitória de virada em um confronto direto contra o Fluminense.
— Eu achei muito legal reviver esse tempo, porque a gente vive em tempos tão pesados, de tanto ódio, fake news... Eu pensei: ‘vou falar de um tempo em que eu fui feliz, onde eu era um menino adolescente tijucano que viu meu time ser campeão’ — completou o escritor.
Como cada detalhe importa, Trajano fez com que seu livro tivesse a cara — e a fala — dos anos 60. O jornalista aproveitou os textos de cada jogo com a terminologia usada naquela época e acrescentou expressões antigas para que a obra tivesse uma linguagem da época.
— O América tem sabor de infância, né? Uma infância gostosa como foi a minha, é um sabor muito gostoso. É difícil acompanhar o América (hoje), né? Por isso que eu torço mais pelo Arsenal hoje em dia, porque tem as mesmas cores e passa na televisão todo fim de semana — brincou.