É Zé, em banda de lata…
Para se ter o privilégio de ser chamado de Zé, não interessa o nome de batismo ou registro de nascimento.
Já em relação à mulher, da qual não se sabe o nome, costuma-se chamar “Dona Maria”, quando se trata de uma senhora, ou “Maria”, para se chamar as mocinhas. Também se usa chamar “essa menina” ou “esse menino”, para meninas e meninos.
Na feira de Nova-Cruz, era comum se ouvir: “Seu Zé, quanto é um cacho de pitomba?” “ Dona Maria, quanto é o litro da goma? “Esse menino, quanto é um pirulito?” E assim por diante.
Contam os historiadores norte-riograndenses, que Natal (RN) esteve na rota de viagens de Antoine de Saint-Exupéry, na 1ª fase da 2ª guerra mundial. Esse piloto francês e escritor pisou o solo do Rio Grande do Norte, descansando em Natal dos seus seguidos voos. Chegou a se familiarizar com várias pessoas do povo. Entretanto, diante da dificuldade da pronúncia do seu nome, logo foi apelidado de Zé Perri, ficando assim conhecido e “batizado”. Portanto, nem Exupéry escapou dos costumes da região, passando a ser conhecido como mais um Zé. Estabeleceu-se, então, uma relação afetiva entre ele e a capital potiguar.
Durante esse período, o transporte de malotes do correio, com escalas na África, passava pela capital potiguar, primeiro ponto continental sul-americano, depois de Fernando de Noronha, com escala de pouso para hidroaviões.
Realmente, está evidenciado que Natal esteve na rota de viagens do autor de “O Pequeno Príncipe”.
O Baobá da Rua São José o encantou e lhe serviu de inspiração, ao escrever, depois, a importante obra.
Muitas histórias cercam a sua passagem por Natal, havendo registros incontestáveis da constância dessas visitas.
Exupéry escreveu diversas obras, focalizando sempre elementos de aviação e de guerra, entre elas: “O Aviador” (1926), “Voo Noturno” (1931), “Terra dos Homens” (1939), e “Carta a um Refém” (1944).
Entretanto, sua obra mais importante foi “O Pequeno Príncipe” (1943), livro mais vendido no mundo, depois da Bíblia.
O famoso piloto e escritor foi vitimado por um acidente de avião, durante uma missão de reconhecimento, no dia 31 de julho de 1944. Seu corpo nunca foi encontrado. Em 2004, foram encontrados os destroços do avião que pilotava, a poucos quilômetros da costa de Marselha, na França.
O assunto voltou à tona, com o lançamento dos livros “O Pequeno Príncipe me disse” e “Antoine de Saint-Exupéry – A história da história”, no dia 22 de março de 2009, em São Paulo, pela escritora e pesquisadora Sheila Dryzun. Como convidado, esteve presente ao evento François d’Agay, 84 anos, sobrinho do autor de “O Pequeno Príncipe”. Ele ainda participou de uma conversa, no dia 6 de março de 2009, na Aliança Francesa de Natal (Praça Cívica, Petrópolis), sobre seu tio, e sobre os livros de Dryzun. O sobrinho ratificou a evidência da relação do parente famoso com Natal.
Ainda no dia 6 de maio de 2009, o Baobá da Rua São José, em Natal, hoje chamado “O Baobá do Poeta”, recebeu a visita do sobrinho de Saint-Exupéry, engenheiro François D’Agay, a convite da Prefeitura Municipal.
No nosso planeta, o Baobá é considerado a árvore mais longeva que existe, podendo atingir milhares de anos. Sua altura pode atingir mais de 25m. O seu tronco pode medir até 20m de diâmetro. São necessários vinte homens abraçados, para abraçar o tronco de um Baobá.
Entre as famosas frases de Exupéry, na sua obra “O Pequeno Príncípe”, estâo:
“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos”.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.