Dalinha Catunda
Foto da colunista
A lua apontou no céu
A brisa soprou-me a tez
Do rosto tirei o véu
Senti sem desfaçatez.
Senti sem desfaçatez
O bafo da madrugada
Lambendo minha nudez
Na janela eu debruçada.
Na janela eu debruçada
Tendo o vento como açoite
Lasciva desvirtuada
Beijei a boca da noite.
Beijei a boca da noite
E no sublime beijar
Eu alonguei o pernoite
E me envolvi ao luar.
E me envolvi ao luar
Na minha lascividade
Foi um fado de além-mar
Autor da ludicidade.