POESIA EM TEMPO DE PANDEMIA
Raimundo Floriano
Há coisa de quinze dias, surgiu-me no sinistro-quarto-podo-dáctilo, quer dizer, no dedo à esquerda do dedão do pé esquerdo, ou seja, no seu “indicador”, uma pequena bolha, que foi crescendo “que nem um nó na garganta”, até alcançar um tamanho a nos inspirar cuidados. Pra variar, no mesmo “indicador” do pé direito, apareceu outra, pequenininha, recusando-se a imitar a anterior em magnitude.
Na semana passada, Veroni, minha mulher, resolveu fotografar a sinistra e se apavorou com o rumo que as coisas estavam tomando. Vejam-na:
Imediatamente, Mara, minha caçula, procurou orientação médica, sendo-lhe indicado o Enfermeiro Ricardo Lima, Podólogo, ou Podiatra, com queiram, que, logo em seguida, iniciou o tratamento – domiciliar, eis que continuo em rigorosa quarentena, há onze meses, embora já tenha recebido a primeira dose da Oxford/AstraZeneca. Vejam-no com a mão na massa:
Conversa vai, conversa vem, falei-lhe sobre minha atividade cultural, o Almanaque Raimundo Floriano, virtual Internet, os livros que escrevi e, como amostra física, ofertei-lhe meu último trabalho impresso, o Caindo na Gandaia, com a seguinte dedicatória:
“Ao Ricardo, uma lembrança de minhas bolhas pandêmicas.”
No dia seguinte, ele me surpreendeu, entregando-me um envelope pardo contendo uma folha A-4, na qual se via impressa esta poesia:
PANDÊMICAS BOLHAS
Bolhas, bolhas!
Aclama bolha, estoura, tola.
Murchas bolhas, não vindouras, poucas.
Estoura bolhas.
Pandêmicas bolhas.
Poéticas bolhas.
Bolhas anis, bolhas viris.
“Rai-o-mundo” das bolhas sutis, “veronis”.
Reflexivas bolhas.
Pandêmicas bolhas.
(Odracir Amil)
Pois é, amigos, a Cultura é um visgo! Atrai e gruda! Mesmo na enfermidade, é um grande conforto ver esses meus dois pisantes, que já trilharam árduos caminhos, receberem a dedicação, os cuidados e o carinho de um intelectual, competentíssimo em sua área profissional, o poeta Ricardo Lima.
Glória a Deus!
Primo Raimundo , surpreendente ! Emocionante ! Até suas bolhas simétricas nos dedos , em competição de tamanhos , inspira versos ! Você atrai, Raio Mundo “ veronis”, a cultura, a inteligência , o saber e a atenção de quem passa por seus caminhos . É um “ visgo”. Imagino o quanto fez brincadeira das bolhas poéticas , apesar do medo danado de tudo que é estranho e desconhecido em nosso corpo . O competente funcionário foi contagiado ( eita termo temeroso)pela história, prla cultura , pela vontade de saber , pelo amor ao conhecimento e a pesquisa que moram em sua casa e em sua conversa . Parabéns, Ricardo Lima ! Que inspiração ! Que competência ! Que alegre humor nestes tempos tão incertos e difíceis . Obrigada por conhecer os intelectuais que andam solto pelos caminhos dessa vida e, acabam, muitos, por fazerem parada na casa de Raimundo Floriano . Teresa Cristina
Primo Raimundo , surpreendente ! Emocionante ! Até suas bolhas simétricas nos dedos , em competição de tamanhos , inspira versos ! Você atrai, Raio Mundo “ veronis”, a cultura, a inteligência , o saber e a atenção de quem passa por seus caminhos . É um “ visgo”. Imagino o quanto fez brincadeira das bolhas poéticas , apesar do medo danado de tudo que é estranho e desconhecido em nosso corpo . O competente funcionário foi contagiado ( eita termo temeroso)pela história, pela cultura , pela vontade de saber , pelo amor ao conhecimento e a pesquisa que moram em sua casa e em sua conversa . Parabéns, Ricardo Lima ! Que inspiração ! Que competência ! Que alegre humor nestes tempos tão incertos e difíceis . Obrigada por conhecer os intelectuais que andam solto pelos caminhos dessa vida e, acabam, muitos, por fazerem parada na casa de Raimundo Floriano . E não é que deu até rima a poesia e a ceifeira pandemia ? Abraços e meus cumprimentos . Primo Raimundo Floriano , você é demais ! 🌷 Teresa Cristina