Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sexta, 19 de abril de 2024

O CINISMO (CRÔNICA DA COLUNISTA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL(

 

O CINISMO

Violante Pimentel

Cinismo, palavra com origem no termo grego kynismos, é o sistema e doutrina filosófica dos cínicos.

Antístenes foi o filósofo fundador da Escola Cínica de Filosofia e mestre de Diógenes de Sinope. Nasceu em Atenas em 445 a.C. e morreu em 365 a.C., aos 80 anos. Antístenes fundou sua escola no ginásio chamado Cinosargos, que em grego significa “cão rápido”.

 

 

Em sentido figurado, o cinismo tem uma conotação pejorativa, pois designa o homem bruto, que não respeita sentimentos, valores estabelecidos, nem convenções sociais.

O famoso escritor britânico Oscar Wilde cunhou uma frase lapidar a respeito do cínico: “Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada”.

A origem do cinismo vem da palavra grega kýon (“cão”, em português), pelo fato de Diógenes de Sinope, o filósofo, dormir no local usado como abrigo para cães. O filósofo faria isso para demonstrar seu desacordo com o modo de viver dos homens.

Antístenes acreditava que a virtude era a única coisa necessária para a felicidade e que ela poderia ser alcançada através do autocontrole e da renúncia aos prazeres materiais.

Os cínicos desprezavam as convenções sociais. Desprezavam a riqueza, o poder e o prestígio, considerando-os como fontes de corrupção e sofrimento. Em vez disso, valorizavam a liberdade, a autossuficiência e a honestidade.

Um cínico é alguém que desafia as normas sociais e as convenções estabelecidas. Eles não se importam com a opinião dos outros e não têm medo de expressar suas opiniões de forma franca e direta. São conhecidos por suas atitudes desafiadoras e sua tendência de ironizar tudo.

Embora o ceticismo cínico tenha suas raízes na Grécia Antiga, ainda podemos encontrar traços dessa filosofia na sociedade contemporânea. Muitas vezes, vemos pessoas que desafiam as normas sociais e questionam as convenções estabelecidas. Elas não têm medo de expressar suas opiniões e são conhecidas por suas atitudes irreverentes e falta de polidez.

Portanto, o ceticismo cínico pode ser uma fonte de inspiração e reflexão para aqueles que desejam viver de forma autêntica e verdadeira. Ele nos convida a pensar por nós mesmos e a buscar a virtude em um mundo cheio de ilusões.

O ideal do sábio era a indiferença perante o mundo. A origem da escola do Cinismo remonta aos séculos III e II A.C., com um ressurgimento posterior, nos séculos I e II d.C. Alguns filósofos a classificam como escola socrática, na linha de Sócrates-Antístenes-Diógenes. Outros negam a relação Antístenes-Diógenes, não a consideram uma escola socrática e veem em Diógenes o seu fundador e inspirador.

No contexto contemporâneo, o termo “cínico” é frequentemente usado para descrever pessoas que demonstram uma atitude de desrespeito e deboche em relação às motivações e intenções dos outros. Essas pessoas tendem a ser sarcásticas, irônicas e desdenhosas em suas interações sociais. Cometem erros e são injustas, além de não ter respeito a ninguém, salvo quando por interesse próprio.

O grupo de filósofos associados ao Cinismo tornou-se conhecido por seu comportamento, estabelecendo, assim, uma perspectiva ética. Acreditavam que a felicidade estaria relacionada a uma vida simples, em acordo com a natureza, e sem as complexidades das regras e valores sociais. Os cínicos eram, então, pessoas que desprezavam os ordenamentos sociais e viviam em circunstâncias consideradas degradantes para um grego, assemelhando-se a animais.

O comportamento dos filósofos cínicos apontava para uma distinção filosófica entre os aspectos naturais e os costumes humanos, um problema que permeou todo o pensamento filosófico da Grécia Antiga.

Diógenes representou uma das mais importantes figuras da corrente filosófica do Cinismo. Eram homens simples, nômades, sem família e sem pátria.

Diógenes de Sinope (404 ou 412 AC. – Corinto, 323aC), também conhecido como Diógenes, o Cínico, foi um filósofo da Grécia Antiga.

Diógenes de Sinope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antistenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude. Diz a História, que ele teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas, carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto. Posteriormente estabeleceu-se em Corinto, onde continuou a buscar o ideal cínico da autossuficiência: uma vida que fosse natural e não dependesse das luxúrias da civilização. Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação do que na teoria, sua vida consistiu de uma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta.

Segundo a tradição, Diógenes vivia a perambular pelas ruas na mais completa miséria até que um dia foi aprisionado por piratas para, posteriormente, ser vendido como escravo. Um homem com boa educação chamado Xeníades o comprou. Logo ele pôde constatar a inteligência de seu novo escravo e lhe confiou tanto a gerência de seus bens quanto a educação de seus filhos.

Diógenes levou ao extremo os preceitos cínicos de seu mestre Antístenes. Foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante os valores da sociedade da qual fazia parte. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Reza a lenda que seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e autossuficiência perante o mundo), sendo ele conhecido também, talvez pejorativamente como kinos, o cão, pela forma como vivia.

Diógenes é tido como um dos primeiros homens (antecedido por Sócrates com a sua célebre frase “Não sou nem ateniense nem grego, mas sim um cidadão do mundo.”) a afirmar, “Sou uma criatura do mundo (cosmos), e não de um estado ou uma cidade (polis) particular”, manifestando assim um cosmopolitismo relativamente raro em seu tempo.

Diógenes parece ter escrito tragédias ilustrativas da condição humana e também uma República que teria influenciado Zenão de Cítio, fundador do estoicismo. De fato, a influência cínica sobre o estoicismo é bastante saliente.

É famosa a história de que Diógenes saía em plena luz do dia com uma lamparina acesa procurando por homens verdadeiros (ou seja, homens autossuficientes e virtuosos).

Igualmente famosa é sua história com Alexandre, o Grande, que, ao encontrá-lo, ter-lhe-ia perguntado o que poderia fazer por ele. Acontece que devido à posição em que se encontrava, Alexandre fazia-lhe sombra. Diógenes, então, olhando para Alexandre, disse: “deixa-me ao meu sol!”. Essa resposta impressionou vivamente Alexandre, que, na volta, ouvindo seus oficiais zombarem de Diógenes, disse: “Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes.”

Normalmente, os cínicos são pessoas debochadas e sarcásticas, que caminham na contra-mão da consideração e do respeito às pessoas de bem e aos bons costumes. Transitam, querendo puxar o tapete de pessoas bem sucedidas.

Quando querem alcançar um intento, são iguais ao cururu. Quanto mais são enxotados, mais insistem, persistem e não desistem.

 

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