Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Brega do Passado sexta, 04 de novembro de 2022

NÚBIA LAFAYETTE, MINHA BREGA PREFERIDA

 

NÚBIA LAFAYETTE, MINHA BREGA PREFERIDA

Raimundo Floriano

 

Idenilde Araújo Alves da Costa, a Núbia Lafayette

(Açu (RN), 21.01.1937 – Niterói (RJ), 18.06. 2007) 

(Matéria publicada no mês de junho de 2007) 

 

                        Pronto! Mais uma das minhas musas que partiu para a Grande Festa nos Salões Celestiais. No dia 18 de junho último, uma segunda-feira, Idenilde nos deixou. Viajou sem que disso a mídia tomasse conhecimento. Em conseqüência, o povão que a adorava, e que aos poucos, pela falta de divulgação nos jornais e na televisão, a ia esquecendo, nada soube desse terreno desfecho. Uma das vozes mais belas, agradáveis, nítidas, límpidas e cristalinas da MPB, embalou os corações apaixonados de minha geração. Aliado a todos os predicados artísticos que a lançaram no mercado fonográfico brasileiro, mais este que alimentou nossos sonhos e nossas fantasias: uma linda mulher!

 

                        Quatro dias após seu falecimento, a TV Globo levou ao ar, no Globo Repórter, quase hora e meia de um especial, dedicado à memória do cantor Luiz José da Costa, o Leandro, da dupla Leandro & Leonardo, alusivo ao nono aniversário de sua morte. Nada mais justo. Leandro, apenas com 38 anos, encarou a fatalidade, soube da presença iminente da Ceifadeira, e a enfermidade que o levou não o definhou tanto quanto a atroz certeza das proximidades do seu fim. Aquela dupla revolucionou a Música Breganeja, em 1989, quando estourou em todo o Brasil com a balada Entre Tapas e Beijos, de Nilton Lamas e Antônio Bueno. Iniciava-se uma fase de permanente sucesso, que a manteve sempre no topo das paradas, e se transferiu para Leonardo, o irmão remanescente. Nada mais justo o preito à sua memória, pois.

 

                        Mas a Globo não poderia, assim como toda a mídia, ter dado uma pequena nota, naquela semana, sobre a passagem da querida Idenilde de Araújo Alves da Costa, mais conhecida como NÚBIA LAFAYETTE? Agora, os amigos leitores se perguntam: – Mas a Núbia morreu?  –Pois é, meus camaradas, aos 70 anos, ela se foi.

 

                        Núbia nasceu a 21 de janeiro de 1937, em Açu (RN). Aos três anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro, acompanhando a mãe. Na adolescência, já era reconhecida como grande revelação quando, em programas radiofônicos infantis, imitava Vicente Celestino e Dalva de Oliveira. Cantou em programas de calouros, foi crooner em boates, batalhou por aí, até chegar à sua primeira gravação, “Devolvi”, de Adelino Moreira, que a revelou para todo o Brasil.

 

                        Nélson Gonçalves, sua fonte de inspiração musical masculina, teve grande influência em sua vida, ensinando-a os segredos da profissão, tal como a escolha do repertório e o modo de se comportar no palco. Numa fase de sua carreira, chegou a ser considerada O Nélson Gonçalves de Saia. De igual importância foi o compositor Adelino Moreira, de quem gravou muito de seu vasto repertório de criações.

 

                        Nos Anos 70, dominou o cancioneiro brega, notadamente com o samba-canção Devolvi, de Rossini Pinto, de 1972, que virou o hino oficial das mulheres malcasadas e desprezadas pelos maridos infiéis, cujo refrão era por elas repetido à exaustão: “não é só casa e comida que faz a mulher feliz”.

  

                        Mas não foi só de dor-de-cotovelo que Núbia Lafayette cuidou em suas interpretações. Seu repertório era eclético e abrangia obras de quase todos os outros compositores dos mais significativos da MPB da sua época, como, além dos acima referidos, Mário Lago, Lupicínio Rodrigues, Felisberto Martins, Herivelto Martins, David Nasser, Paulo Marques, João de Barro, Antônio Almeida, Vicente Paiva, Marino Pinto, Mário Rossi e Humberto Teixeira, para só citar alguns dos quais vocês ouvirão nas faixas que ora lhes apresento, nesta pequena amostra do seu trabalho.

 

ESTAS SÃO AS MÚSICAS MAIS CONHECIDAS GRAVADAS POR NÚBIA E CONSTANTES DO MEU ACERVO:

 

                        Devolvi, samba-canção de Adelino Moreira:

 

                        Casa e Comida, samba-canção de Adelino Moreira:

 

                        Fracasso, samba-canção de Mário Lago:

 

                        Migalhas, samba-canção de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins:

 

                        Pensando em Ti, samba-canção de Herivelto Martins e David Nasser:

 

                        Lama, samba-canção de Aylce Chaves e Paulo Marques:

 

                        A Saudade Mata a Gente, toada de João de Barro e Antônio Almeida:

                        Fica Comigo Esta Noite, samba-canção de Adelino Moreira e Nélson Gonçalves:

 

                        Ave Maria, samba-canção de Vicente Paiva e Jayme Redondo:

 

                        Que Será?, bolero de Marino Pinto e Mário Rossi:

 

                        Kalu, baião de Humberto Teixeira:

 

                        A Bahia Te Espera, samba de Herivelto Martins e Chianca Garcia:

 

                        Folha Morta, samba-canção de Ary Barroso:

 

                        Ocultei, samba-canção e Ary Barroso:

 

                        Aquarela do Brasil, samba-exaltação de Ary Barroso, participação de Gilberto Milfont:

 


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