Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas quarta, 19 de agosto de 2020

MEUS QUATRO TIOS FLORIANENSES DA GEMA

 

MEUS QUATRO TIOS FLORIANENSES DA GEMA

Crônica de Raimundo Floriano

 

                        Floriano sempre exerceu sobe mim, menino balsense, desde quando me entendo por gente, maravilhoso e indescritível fascínio. A começar pelo fato de meu pai, Rosa Ribeiro, registrar-me e batizar-me com o nome de Raimundo Floriano, em homenagem a sua terra natal, e também pelas histórias que ouvia, contadas por ele e por alguns de meus irmãos que ali estudaram.

 

                        A Fazenda Brejo, origem de nossa família, era, para minha cabeça de menino sul-maranhense sonhador, verdadeiro Reino Encantado, onde meus avós exerciam sua monarquia, rodeados de príncipes, princesas, duques e condes, que eram meus tios e suas proles.

 

                        Na verdade, a descendência de meu avô chegava a 17 filhos, mas apenas quatro deles nasceram, cresceram, exerceram sua atividade econômica e permaneceram em Floriano até o final de suas existências, razão pela qual os rotulo como florianenses da gema.

 

                        Para chegar às suas biografias, reporto-me a meus avós e à Fazenda Brejo, pertinho da sede do Município Florianense, onde tudo começou.

 

                        Meus bisavós, Fructuoso José Messias da Silva e Evarista Messias da Silva, eram pais de meu avô, Pedro José da Silva; Honorato José de Sousa e Lucialina Maria de Freitas e Sousa eram pais de minha avó, Isaura Maria de Sousa e Silva, nome de casada.

 

                        O Capitão Pedro José da Silva, meu avô, nasceu em Floriano, no dia 19 de abril de 1844, onde faleceu a 14 de janeiro de 1933, aos 88 anos de idade.

 

                        Foi casado duas vezes. Do primeiro casamento, com Otília Raimundina Ribeiro Soares da Silva, teve dois filhos:

                        01 - Raimundo Ribeiro da Silva, nascido no ano de 1878, em Jerumenha (PI); e

                        02 - João Ribeiro da Silva, nascido a 30 de março de 1879, também em Jerumenha.

                        Ocorrendo o falecimento de Dona Otília Ribeiro, contraiu ele segundas núpcias, a 14 de abril de 1883, na Manga (PI), com Isaura Maria de Sousa de Sousa e Silva, nascida a 21 de maio de 1860, em Floriano, cidade onde faleceu a 4 de novembro de 1941, aos 81 anos de idade.

 Pedro José da Silva e Isaura Maria de Sousa e Silva

 

 

                        Foram estes os filhos do casal:

                        01 - Fructuoso José da Silva, nascido a 13 de janeiro de 1884;

                        02 - José, nascido a 28 de outubro de 1884 e falecido no mesmo dia;

                        03 - Firmino José da Silva, nascido a 16 de outubro de 1885;

                        04 - Bernardino José da Silva, nascido a 9 de abril de 1887;

                        05 - Ondina de Sousa e Silva, nascida a 18 de agosto de 1888;

                        06 - Olindina Maria de Sousa e Silva, nascida a 7 de janeiro de 1890;

                        07 - Emigdio Rosa e Silva, o Rosa Ribeiro, meu pai, nascido a 17 de fevereiro de 1891;

                        08 - Maria Isaura de Sousa e Silva, nascida a 23 de junho de 1892;

                        09 - Ana Aparecida de Sousa e Silva, nascida a 15 de agosto de 1893 e falecida queimada a no dia 14 de julho de 1896;

                        10 - Lucialina Maria de Sousa e Silva, nascida a 2 de dezembro de 1894;

                        11 - Evarista de Sousa e Silva, nascida a 20 de abril de 1896;

                        12 - Manoel, nascido a 29 de novembro de 1897 e falecido no mesmo dia;

                        13 - José de Sousa e Silva, o Cazuza Ribeiro, nascido a 22 de outubro de 1898;

                        14 - Júlia de Sousa e Silva, nascida a 7 de julho de 1900; e

                        15 - João Clímaco da Silva, nascido a 30 de março de 1903.

 

                        A família residia, inicialmente, na Fazenda Brejo. Mais tarde, meu avô adquiriu uma casa à Rua Fernando Marques, 698, no centro de Floriano, para que os filhos pudessem estudar e conquistar seu espaço no mercado de trabalho.

  

Fazenda Brejo e casa em Floriano: quadros de Magnólia Baptista, filha de Tia Julinha

 

                        Ocupemo-nos, agora, do perfil dos quatro tios florianenses da gema, cujos nomes se encontram acima grafados em negrito, por ordem de idade.

 

ONDINA DE SOUSA E SILVA

 

Ondina de Sousa e Silva

 

                        Ondina de Sousa e Silva, nascida na Fazenda Brejo, a 18 de agosto de 1888, casou-se, a 17 de junho de 1905, com o Capitão Abdenago Ferreira de Carvalho, passando a assinar-se Ondina da Silva Carvalho. O casal teve três filhos: Raimunda da Silva Carvalho, José Ferreira de Carvalho e Pedro Apóstolo de Carvalho, tendo criado como filha a sobrinha Maria Flory da Silva Costa, filha de Evarista de Sousa e Silva, casada com Manoel Maranhense Costa, o Né Costa, e falecida em Floriano, a 25 de abril de 1928, ainda muito jovem, com apenas 32 anos de idade.

  

Em pé: Pedro, Raimunda e José - Sentada: Maria Flory

 

                        Raimunda da Silva Carvalho, a Professora Raimundinha, nasceu a 13 de março de 1913, em Floriano, onde veio a falecer, no dia 3 de novembro de 1994. Era solteira, sem filhos, mas os tinha nas pessoas dos seis únicos sobrinhos, filhos de Pedro Apóstolo. Fundou um estabelecimento de ensino primário, a Escola Imaculada Conceição, tendo dedicado toda sua vida à Educação, não só em sua escola, como também nas diversas instituições florianenses de Segundo Grau. Seu perfil acha-se contemplado nesta Coleção, no Florianenes Volume 2.

 

                        José Ferreira de Carvalho, aos 17 anos de idade, teve a infelicidade de afogar-se no Rio Parnaíba, e seu corpo nunca foi encontrado.  Essa tragédia fez com que Tia Ondina perdesse completamente o sentido da vida

 

                        Pedro Apóstolo de Carvalho nasceu a 15 de outubro de 1921, em Floriano, onde viveu do exercício de atividades ligadas aos Comércio, vindo falecer a 16 de janeiro de 2003. Era casado com Maria do Socorro Santos Carvalho, que lhe deu os seguintes filhos: José Santos Carvalho, Antônio Augusto Santos Carvalho, Paulo Roberto Santos Carvalho, Ondina Maria Santos Carvalho, Carlos Alberto Santos Carvalho e Pedro Apóstolo de Carvalho Filho.

Acima: José, Antônio e Paulo Roberto

Embaixo: Carlos Alberto, Ondina e Pedro Apóstolo

 

                        Só depois do nascimento dos netos, Tia Ondina voltou a sentir o prazer de viver.

 

                        Maria Flory da Silva Costa, nascida a 27 de outubro de 1926, também solteira, hoje aposentada, dedicou toda sua vida profissional ao Magistério, tendo ocupado o cargo de Vice-Diretora da Escola Imaculada Conceição e lecionado em outros colégios florianenses.

 

                        Tia Ondina veio a falecer em Floriano, no dia 5 de maio de 1973, aos 85 anos de idade.

 

MARIA ISAURA DE SOUSA E SILVA

 

Maria Isaura de Sousa e Silva

 

 

 

                        Maria Isaura de Sousa e Silva nasceu em 23 de junho de 1892, na Fazenda Brejo, vindo a falecer em Floriano no dia 24 de junho de 1987, aos 95 anos de idade

 

                        Passou a infância no Brejo, tendo recebido instrução básica com os irmãos mais velhos.

 

                        Após mudar-se para Floriano, fez grande amizade com o casal Pedro Borges da Silva e Mercês que lhe propiciaram um emprego no Departamento de Correios e Telégrafos, onde trabalhou até aposentar-se.

 

                        Após a morte dos pais, passou a ser chefe de família, pois com ela moravam a irmã Júlia, com seus três filhos, de quem falarei mais adiante, e dois filhos da irmã Evarista, já falecida, a quem muito ajudara em sua enfermidade.

 Pedro Maranhense Costa

 

                        Evarista deixou-lhe um menino e uma menina. O menino era Pedro Maranhense Costa, cujo perfil se encontra no Volume 4, da Coleção Florianenses. A menina era Maria Albertina da Silva Costa, epilética, inválida, sem jamais levantar do leito, de quem Maria Isaura cuidou até seu falecimento, em 1950, aos 27 anos de idade.

 

                        Moça de grande beleza, Maria Isaura nunca se casou e, por isso, não admitia que nós, os sobrinhos, a chamássemos de tia. Era só Maria Isaura mesmo, e estamos conversados! Os irmãos a chamavam, carinhosamente, de Marica.

 

                        Além dos já citados, Maria Isaura ajudou quase todos os sobrinhos residentes em outras cidades carentes de boas escolas, que acorriam a Floriano para cursar o Ginásio, com foi meu caso e o de meu irmão Bergonsil.

 

                        Foi ela o verdadeiro esteio da família, inquebrantável e sempre ao dispor de todos!

  

Nilton, filho da Júlia; Pedro Ivo, do Cazuza; Antônio Luiz, da Júlia;

João Ribeiro, do Cazuza; e Bergonsil, do Rosa Ribeiro.

Maria Isaura, Júlia e Magnólia, sua filha.

                       

JÚLIA DE SOUSA E SILVA

 

Júlia de Sousa e Silva

 

                        Júlia de Sousa e Silva nasceu em 7 de julho de 1900, na fazenda Brejo, onde passou a infância e aprendeu a ler e escrever com o auxílio de Lucialina, uma das irmãs mais velhas.

                        Tia Julinha, como a chamávamos, casou-se, a 9 de julho e 1919, com Pedro do Monte Furtado, natural de Esperantina (PI), passando a assinar-se Júlia da Silva Furtado.

                        O casal fixou residência em Brejo de São Félix (MA), onde nasceram os dois primeiros filhos, Pedro do Monte Furtado Filho e Mizaura do Monte Furtado que não sobreviveram aos 2 anos de idade. Depois, nasceram, em Teresina, Magnólia Maria do Monte Furtado e Antônio Luiz do Monte Furtado e, por último, em Brejo de São Félix, Nilton do Monte Furtado.

 

                        Devido às más condições de saúde, principalmente a malária, Júlia mudou-se para a residência dos pais, em Floriano, com a intenção de voltar ao Brejo de São Félix, tão logo melhorasse. O medo da malária, no entanto, fez com que Júlia não quisesse retornar, e seu marido não conseguiu outro lugar para morarem.

 

                        Júlia e filhos foram ficando em Floriano, e as visitas de Pedro, diminuindo, até pararem por completo, decidindo ela, juntamente com os filhos, morarem definitivamente com os pais, em Floriano. Com a morte destes, passou a residir com Maria Isaura, que os acolheu, ajudando a criar e educar os sobrinhos como se fossem seus filhos.

 

                        Mas Tia Julinha não se constituiu num peso-morto. Para ajudar na manutenção da casa e na educação dos filhos, trabalhou ativamente nas áreas de costura, bordado e confecção de flores, além de, também, atuar como corretora da Sul América Seguros.

 

                        Como florista, deixou seu nome definitivamente inscrito na história florianense. Não há noiva, debutante ou menina de seu tempo que não tenha usado uma coroa, uma grinalda, uma tiara ou um buquê por ela confeccionados.

 

                        Através dessa profissão fez muitas amizades, e, com o suporte de Maria Isaura, conseguiu educar os filhos, que adiante se veem, num retrato de meu ilustrador, o artista plástico brasiliense Juarez Leite:

 

Antônio Luiz, Magnólia e Nilton

 

                        Antônio Luiz do Monte Furtado, recentemente falecido, formou-se em Direito, foi Professor e Funcionário do Banco do Brasil, no qual se aposentou. Magnólia Maria Furtado Baptista – nome de casada –, Professora, contraiu núpcias, em 1949, com o hoje Desembargador aposentado Raimundo Barbosa de Carvalho Baptista. Nilton do Monte Furtado cursou a AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras, reformando-se como Coronel Engenheiro do Exército Brasileiro.

  

Magnólia e Raimundo Baptista, aos 40 anos de casados

 

                        Tia Julinha faleceu em Teresina, capital piauiense, a 28 de abril de 1973, aos 72 anos de idade.

 

JOÃO CLÍMACO DA SILVA, O COMANDANTE JOÃO CLÍMACO

 

João Clímaco da Silva

 

                        Nos anais de nossa história regional, três irmãos florianenses, de uma prole de dezessete, distinguiram-se sobraneira: Emigdio Rosa e Silva, o Rosa Ribeiro, e José de Sousa e Silva, o Cazuza Ribeiro, pelo pioneirismo na colonização de Balsas, sertão sul-maranhense, deixando sua terra natal, ali chegando antes da elevação da Vila a Município, e construindo uma descendência que hoje ultrapassa a casa dos duzentos representantes – diretos, agregados ou afins – do valoroso sangue piauiense; e o Comandante João Clímaco da Silva, cuja vida útil foi inteiramente dedicada à navegação fluvial na Bacia do Parnaíba, transportando passageiros e mercadorias e levando o progresso desde o Oceano Atlântico até as últimas povoações acessíveis à beira de seus rios, que conhecia como a palma da própria mão.

 

                        Esta coletânea, em seu Volume 3, focalizou o perfil de Rosa Ribeiro, o mais velho dos três; no Volume 4, o de Cazuza Ribeiro, o do meio; e, agora, traz ao prelo o do Comandante João Clímaco, o mais novo, como adiante se verá.

 

                        João Clímaco da Silva, filho do Capitão Pedro José da Silva e de Isaura Maria de Sousa e Silva, nasceu na Fazenda Brejo, município de Floriano, no dia 30 de março de 1903, onde viviam do cultivo da terra generosa, da criação de gado, da extração da cera de carnaúba e de derivados do coco babaçu.

 

                        Tio Joãozinho, como o chamávamos, foi o último de uma grande prole de 17 irmãos, o caçula desse grande Reinado do Capitão Pedro José da Silva.

 

                        Houve um pequeno detalhe que vale ser registrado. O Capitão foi casado, em primeiras núpcias, com Otília Raimundina Ribeiro Soares da Silva, e seu primogênito nasceu no dia 30 de março de 1879, consagrado a São João Clímaco. Como os nomes esdrúxulos – hoje proparoxítonos – eram difíceis de serem pronunciados, o menino foi batizado como João Ribeiro da Silva. Falecendo Otília, o Capitão veio a casar-se com Isaura Maria que, a 30 de março de 1903, trouxe à luz outro João. Como a mãe não tinha problemas com a pronúncia, deu ao caçula o nome do Santo do dia.

 

                        Na infância, criado na Fazenda Brejo, Tio Joãozinho se aventurava pelas trilhas da mata virgem, vadeando riachos, transpondo colinas, capturando aves com arapucas e alçapões, abatendo caças com mundéus e bodoques, por ele mesmo fabricados, e amansando burro brabo.

 

                        Levava essa maravilhosa e despreocupada existência sem atropelos, até que um dia seu irmão e padrinho de batismo Fructuoso José da Silva, o Fructo, regressando de Manaus (AM), sob influência das ideias progressistas advindas de sua permanência naquele principal centro cultural do Brasil no Ciclo da Borracha, persuadiu seus pais a mudarem-se para Floriano, objetivando a educação dos filhos menores. Para o Joãozinho, acabou-se o que era doce!

 

                        Em Floriano, ainda na adolescência, João Clímaco tornou-se reservista e, logo depois, ingressou na Marinha Mercante, na qual permaneceu até o dia de sua aposentadoria, cumprindo rapidamente estágios que foram de Marinheiro a Comandante.

 

                        Tinha ele a alma inquieta dos ciganos. O seu afã de navegar era tanto, que ele não parava, resultando-lhe disso o justo apelido de João Fogo Aceso. Subia do Delta do Parnaíba a Balsas, com sua lancha rebocando uma barca repleta de sal e mercadorias manufaturadas, viajando dia e noite, chegava ao destino, amarrava a barca, dava meia-volta com a lancha e retornava por cima do rastro, ou melhor, do banzeiro, sem sequer abaixar a labareda na caldeira.

  

Barcas aguardando para serem rebocadas

 

                        Tio Joãozinho casou-se em Balsas, no dia 7 de dezembro de1939, com a carolinense Noêmia Coelho de Souza, filha do Dr. Cosme Coelho de Souza, Juiz da Comarca, e de Dona Guilhermina Xavier Coelho, fixando residência em Floriano. Encerrava-se ali sua longa trajetória de marujo folgazão, festeiro e muito namorador. Desse matrimônio, nasceram-lhes os filhos Airton, médico, Holbaner, bancário, Suzane, professora, e Nilson, arquiteto.

 

 João Clímaco e Noêmia

 

                        João Clímaco era um navegante arrojado e destemido. Certa feita, valendo-se de sua Carta de Piloto para o Norte do País, foi desafiar os mistérios das remansosas torrentes do Rio Amazonas, na mais fascinante e arriscada aventura de sua vida. Pilotando a lancha Palmira, recém-adquirida em Manaus por seu primo João Luiz da Silva, residente em Floriano, desceu o Rio-mar tendo apenas o maquinista na tripulação, em memorável jornada, até chegarem ao Oceano Atlântico, onde a lancha foi içada para o convés de um grande navio, que a transportou até o Porto de Tutoia, no Maranhão.

 

                        Tio Joãozinho era pessoa alegre, divertida, mão-aberta e muito gozadora, qualidade esta que trouxe motivos de zangas a este seu sobrinho Raimundo Floriano, em 1949, quando, aos 12 anos de idade, fui estudar em Floriano, morando com Maria Isaura, sua irmã.

 

                        Para fazer graça e atazanar o matuto diante dos demais parentes, veio com uma história de que eu fora registrado com o nome errado. Que Floriano, antes de ter essa denominação, chamava-se Colônia de São Pedro de Alcântara. Por isso, meu nome verdadeiro seria Raimundo Colônia. E assim passou a tratar-me desde então, provocando riso e gracejos de quem estivesse por perto. Ao pronunciar colônia, falava culônia, com ênfase na primeira sílaba, exasperando-me mais ainda. Se eu me inflamasse e desse qualquer resposta dura, ele vinha, na maior seriedade, tirando uma de ofendido:

 

                        – Me respeite, que eu sou seu tio! Tenha consideração com os mais velhos! Esse menino do Rosa é muito entusiasmado!

 

                        Restava-me, então, a única opção possível: calar-me e recolher-me à minha insignificância de moleque atrevido.

 

                        Em compensação, Tio Joãozinho, de vez em quando, molhava-me a mão com um, dois e até cinco cruzeiros, o que me fazia esquecer todas as suas zombarias. Em 1956, ao abonar-me pela última vez, botou-me na mão uma pelega de dez. Aliás, essa sua generosidade é reconhecida hoje por quase todos os seus sobrinhos. A chegada da lancha Tambo em Balsas era sinal de algum dinheirinho no bolso da meninada.

 

                        Seu nome está indissoluvelmente ligado ao desenvolvimento do Sul do Maranhão e do Norte de Goiás, atual Tocantins. Figurando entre os pioneiros navegadores do Rio Balsas, percorreu, por quase meio século, seus sinuosos canais e os estirões do Rio Parnaíba, levando em suas barcas, fabricadas nos estaleiros da Sambaíba (MA), mercadorias vitais para a sobrevivência, não somente das populações ribeirinhas, mas de outras mais distantes, radicadas em vastas regiões do Maranhão, Piauí e Goiás.

 

                        A carga de suas barcas incluía sempre o sal, que lhes servia de lastro, trazido das salinas de Amarração, no Oceano Atlântico, que descansava algum tempo nos armazéns de negociantes de Balsas, para depois prosseguir viagem, nas tropas de burros ou em caminhões, alcançando longínquas fazendas, povoados, vilas e cidades além do Rio Tocantins.

 

                        Com o fim da Segunda Guerra Mundial, ficou fácil o acesso aos derivados de petróleo. Mais baratos que a lenha, já então escassa, o óleo diesel, a gasolina e o óleo cru foram, gradativamente, determinando a substituição das máquinas a vapor pelos motores a explosão, iniciando-se, assim, o encerramento do ciclo da navegação fluvial de longo curso, substituída, pouco a pouco, pelo transporte rodoviário.

 

                        Mesmo assim, Tio Joãozinho, bem como outros bravos navegadores do seu quilate, continuou a singrar aquelas águas, obstinadamente, agora em barcos popularmente denominados “motores”, propulsionados por modernas máquinas cujo combustível era derivado do petróleo.

 

                        São dessa última fase os seus motores João Fernandes, São Pedro e Mensageira de São Benedito.

 

                        Encerrou-se, com a desativação das máquinas a vapor, a fase romântica da navegação na Bacia do Parnaíba. Os motores não tinham o mesmo encanto dos vapores e lanchas. Faltavam-lhes, por exemplo, o apito triunfal que anunciava as chegadas, e o apito saudoso, que assinalava as partidas, belos, maviosos, altissonantes, fazendo tremer a terra. Os apitos dos motores, por sua vez, eram quase inaudíveis a grande distância.

 

                        A construção da Barragem de Boa Esperança, iniciada efetivamente em julho de 1963, dada a ausência de eclusas, tornou inviável a navegação no Alto Parnaíba. Embora resistindo por alguns anos no que ainda lhe restava do rio, o Comandante teve de se render, por fim, à aposentadoria, passando a viver o resto dos seus dias na rememoração dos feitos inesquecíveis, na saudade perene dos rios, de seus marinheiros e de seus barcos.

 

                        João Clímaco deixou saudades nas barrancas por onde navegou. A marca dos seus cabos de aço trançado, usado nas espiadas, ficou indelével em cada tronco de gameleira à margem das corredeiras do Rio Balsas e das cachoeiras e rasos do Rio Parnaíba.

 

                        Particularmente, para seus sobrinhos balsenses, foi o herói legendário que, regressando de mundos distantes, apitava na volta do rio, junto à Quinta do Olindo Solino, convidando-os para uma viagem triunfal até o Porto da Rampa. Sempre lhes trazia pequenos presentes: bola de futebol, bombom de apito, barra de chocolate, carrinho de flandre, boneca de louça para as meninas, e até mesmo um trocadinho, como já foi dito. Era o príncipe mais famoso da Corte do Brejo!

 

                        Tio Joãozinho faleceu no dia 22 de setembro de 1998, em Floriano, aos 95 anos de idade.

 

Última foto de João Clímaco e Noêmia

 

                        A seguir, um pequeno perfil das três embarcações que mais marcaram sua vida de navegador: Chile, Tambo e Palmira.

 

VAPOR CHILE 

            Vapor especialmente projetado para operar como rebocador e no transporte de passageiros, era o mais belo gaiola de toda a Bacia do Parnaíba. Foi a embarcação de maior importância na vida de João Clímaco, que a comandou por muitos anos e em diversas oportunidades.

 

                        Na Década de 1950, foi retirado da navegação de longo curso, para fazer a linha regular entre Teresina e Floriano.

 

                        O comprimento de seu casco, cerca de 40 metros, quase o impossibilitava de navegar pelo canal do Rio Balsas, de tal modo que somente conseguia fazer a curva no Porto do Fonseca, com a popa encostada na Tresidela, em marcha a ré, e a proa roçando as areias da margem oposta. Sua máquina era extremamente silenciosa, quase um sussurro quando em funcionamento. Seu apito, ao contrário, era de potência estrondosa, com sonoridade de incomparável beleza.

 

Vapor Chile - Acervo Noêmia Coelho da Silva

 

                        Quando o Chile apitava no Vale do Morro da Arara, em Amarante, a terra estremecia e a montanha devolvia o som em sequências e ecos quase infindáveis. Em Balsas, seu apito era ouvido em pleno dia, antes mesmo de cruzar a linha de entrada do igarapé, na Barra do Cachoeira, a uma distância de mais de 12 quilômetros.

 

                        Originariamente registrado com o nome de Netuno, ao ser adquirido pelo armador João Luiz da Silva, primo de João Clímaco, passou a chamar-se Chile.

 

LANCHA TAMBO

 

Lancha Tambo - Acervo Noêmia Coelho da Silva

 

                        Lancha rebocadora construída especialmente para navegar em rios de pequena profundidade. As linhas de seu casco esguio e longilíneo eram de impressionante beleza. Seu nome significava tálamo, ou leito nupcial.

 

                        Quando em movimento, balançava graciosamente e, com o simples passar de uma pessoa por um dos lados do seu convés, chegava a adernar.

 

                        O Comandante João Clímaco afeiçoou-se a ela de tal forma que, tendo-a comandado em várias oportunidades como empregado, veio a adquiri-la. Seu dono anterior, o primo João Luiz da Silva, detinha, com ela e o Chile, a posse do Casal 20 do Rio Balsas.

 

                        Em face do seu pequeno calado, era a única embarcação a hélice a transpor os rasos do Rio Balsas, no pico das águas baixas.

 

                        Certa madrugada de chuva, navegando no Baixo Parnaíba, no momento em que ia virar para bombordo, um trovão impediu que o mestre da barca por ela rebocada ouvisse o toque de apito do prático anunciando a manobra e solicitando o afrouxamento do cabo de reboque respectivo, daí resultando que ela adernou além da conta e naufragou. Chegando a estação das águas baixas, foi resgatada, voltando a navegar normalmente como dantes.

 

LANCHA PALMIRA

 

Lancha Palmira - Acervo Noêmia Coelho da Silva

 

                        Lancha rebocadora de casco curto, largo, de proa em linhas quase curvas, contrastava com a Tambo em elegância, beleza, potência, comprimento, estabilidade, força, velocidade e calado.

 

                        Projetada para singrar em águas profundas, somente podia navegar no Rio Balsas na estação das cheias, embora tenha sofrido redução de calado para adaptar-se às condições da Bacia do Parnaíba.  Mesmo assim, vez em quando, encalhava.

 

                        Foi um dos rebocadores mais possantes dos áureos tempos da navegação a vapor naquela bacia. Sua máquina, de fabricação alemã, era pequena e delicada. Comparada às congêneres francesas e inglesas, distinguia-se pela leveza de suas linhas, mais parecendo uma joia do que potente máquina. Quem a visse em repouso, jamais poderia imaginar seu fantástico desempenho.

 

                        Vencia as corredeiras do Rio Balsas sem recorrer a espiadas. Foi a única rebocadora a transpor o encachoeirado da Volta do Rio sem se valer do guincho.

 

                        Em sua primeira viagem subindo o Rio Balsas, assombrou a todos por sua velocidade, ultrapassando outras embarcações que haviam largado de Floriano até com uma semana de vantagem.

 

                        O Comandante João Clímaco ligava-se a cada um desses três barcos que comandou por sentimentos diferentes: ao Chile, pela saudade, à Tambo, pelo amor, e à Palmira, pelo orgulho.

 

MOTOR MENSAGEIRA DE SÃO BENEDITO

 

                        Os motores, com seus cascos de madeira fabricados por ali mesmo e máquinas a óleo diesel, apresentaram grandes vantagens sobre os vapores e lanchas, até que, também, se tornassem economicamente inviáveis.

 

                        Eram rápidos, transportavam passageiros no piso superior e até podiam dispensar reboques, pois carregavam cerca de quarenta toneladas de mercadoria em seus porões.

 

                        O Comandante João Clímaco possuiu três deles: São Pedro, Mensageira de São Benedito e João Fernandes. Mensageira de São Benedito era, deduzindo-se pela foto, cópia fiel do João Fernandes.

  

Mensageira de São Benedito - Acervo Noêmia Coelho da Silva

 

                        No ano de 2003, nas comemorações do Centenário do Comandante João Clímaco, seu sobrinho José Albuquerque e Silva, o Carioquinha, meu irmão, filho do Rosa Ribeiro, prestou-lhe significativa homenagem nesta publicação, com tiragem de 1.000 exemplares, que também serviu de roteiro na redação deste perfil:

  

 

******

 

                        Aos 84 anos de idade, ainda sinto, mercê de Deus, imenso prazer ao falar sobre meus antepassados, principalmente diante do apoio recebido por parte de Teodoro Ferreira Sobral, o Teodorinho, que, com a Coleção Florianenses, vem resgatando a história de vultos, em sua maioria, até agora, esquecidos por seus conterrâneos.

 

                        Termino aqui minha crônica sobre essas três princesas e esse príncipe encantados, da Corte do Brejo, Reinado de meu avô, dos quais tanto embevecimento e magia maravilhosamente povoaram a sonhadora cabeça deste menino do sertão sul-maranhense!

 

 


quarta, 19 de agosto de 2020 as 16:51:35

João Emígdio
disse:

Emocionante meu tio. Parabéns.


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quarta, 19 de agosto de 2020 as 16:51:15

Elba
disse:

Pai, parabéns por este belo resgate de nossa história familiar!! Acho muito bacana conhecer nossas origens e saber como foi a vida de nossos antepassados! Parabéns!!


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sábado, 22 de agosto de 2020 as 08:43:30

Valeria
disse:

Muito bacana resgatar as histórias de nossos antepassados. O senhor com a escrita, o Mauricio com os videos, e a história de nossa família sendo eternizada. Parabéns!


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sábado, 22 de agosto de 2020 as 09:47:33

Teresa Cristina da Silva Néto
disse:

Raimundo Floriano , meu primo, você é uma história de amor e paixão por seu Piauí ,em especial,Floriano. Foi nela que sua imaginação criou asas , suas amizades se fortaleceram, seus sonhos a ganhar alegrias e visitar o imaginário infantil. Imaginário que até hoje você nos traz, quer em uma prosa na esquina, ou no domingo após a Missa , ou antes dela, nas brincadeiras de rua , no encontro com todos os personagens um dia tão reais . Ah! Mas as receitas e as iguarias da casa de Maria Isaura, a Marisaura. As brincadeiras com os primos ( quantos primos !), a moedinha do tio Joãozinho , os apelidos , os hábitos e costumes que estão enraizados e costurados em seu coração . Do coração para o pensamento e as palavras , quantos livros e pesquisas , além da memória privilegiada em que guardou sua Floriano. Comecei a gostar desta história toda, já lhe relatei inúmeras vezes!! A província da Manga, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição , a Colônia de São Pedro Alcântara até o município Floriano , homenagem ao “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto . É bonita a história da Princesa do Sul, província do Piauí, Portão de Entrada para o Sul e Sudeste do Piauí ! Das Sesmarias , à forte influência dos padres jesuítas e ao #sequestro “, por governador, das fazendas e delimitação de áreas , Floriano se desenvolve e ganha sua autonomia administrativa. Um povoado que cresce e para onde vêm os sertanejos em busca de trabalho e fazendeiros para a criação de gado . Sim, a criação de gados , centro de expansão da pecuária do Piauí . Estava em franco avanço o projeto da Colônia Rural , em cuja frente se encontrava Francisco Parentes , primeiro agrônomo do Piauí , formado na França , para estudar , minuciosamente, em trabalho solicitado pelo Ministério da Agricultura do Brasil, as condições de criação de gado bovino no Piauí. O município de Floriano situa-se por entre os primeiros lugares da criação de gado no referido Estado . Neste árduo e profícuo trabalho , na Fazenda do Brejo, de onde todos nós viemos , Cap Pedro José da Silva também se empenhou neste labor no qual tão bem se desenvolveu . Criou e educou seus filhos , dezenove !!! Dois do primeiro casamento e dezessete do segundo. Parabéns ! Um viva, Isaura ! Ainda assim , não deixou de ter sua casa na cidade de Floriano para que os filhos estudassem. Um homem de vanguarda ! E ainda hoje Floriano se destaca como polo Educacional significativo e atividades comerciais. As Escolas das Colônias , do princípio de sua emancipação , atendiam aos filhos dos escravos libertos , de ambos os sexos . Nelas se aprendia , além dos ensinos tradicionais das letras , música, ofícios de mecânico e curtume , dentre outros trabalhos para estes jovens . A Fazenda do Brejo tinha um campo experimental agrícola . Bem!Voltemos à criação de gado. Bovinos vindos de Cabo Verde ! Era nesta sistemática vida que nossos “ florianenses da gema “ puderam estudar e se aperfeiçoar nos trabalhos que realizariam . Raimundo Floriano faz especial referência à ONDINA . Casada , com três filhos de seu casamento e uma sobrinha Flora, filha de sua irmã Evarista que tão jovem deixou este mundo . Flory Educadora ! Grande pessoa ! Ondina seguiu seu rumo , também permeado pela tristeza de perder um filho tão jovem vítima de afogamento . MARIA ISAURA , outra filha de Cap Pedro que, ao lado da mãe , após a morte de seu pai, foi incansável no ajudar a criar os irmãos mais novos , receber os sobrinhos que tanto amou e dela guardam excelentes lembranças . Funcionária dos Correios até se aposentar, não se descuidava de um atento olhar ao comportamento de irmãos e sobrinhos. Era rígida e de posturas definidas , o que não lhe retirou a afeição e o contínuo amor por todos eles. Inesquecível ! Pitoresco é saber que , pelo fato de não haver se casado , não queria ser chamada de tia !! Ótimo !! Adorei ! Soube , sem “fonte científica” que me possa confirmar , primo Raimundo Floriano , que houve um pretendente mais significativo e que mexeu com o coração dela . Não sei se por alguma discordância de seu irmão com o escolhido por ela, decidiu-se então não se casar com ninguém . Considero bonita esta atenção que os irmãos prestavam no zelar pelo melhor para suas irmãs. Ao que soube , também o Cap Pedro teria concordado com a postura de seu filho , fiel e cuidadoso no tratar seus irmãos . Devia ter suas razões! Criou dois filhos de sua irmã Evarista ( uma estava com Ondina). Pedro Maranhense Costa ( esse eu conheci e convivi bastante. Adorável pessoa assim como sua esposa Diquinha) e Albertina , uma menina doente e tratada com extremado carinho por Marizaura, a Maria Isaura . Nobres valores ! JÚLIA , outra florianense da gema. Casada , teve filhos e , três deles se criaram : Antonio, Magnólia e Nilton. Criados com a mãe na Fazenda do Brejo ao lado dos pais de Júlia. Florista , prendada nas artes ,mulher trabalhadeira ! Soube que seus filhos, Magnólia e Antônio são um capítulo à parte quando se fala em bondade , desprendimento , amor ao próximo , generosidade com os menos favorecidos ! Uma vida de ternura e olhar as pessoas com carinho e nunca repreensão ou julgamento . Histórias que me fazem saudosa só por conhecê-las , primo Raimundo! JOÃO CLÍMACO , o mais novo dos filhos do Cap Pedro. Também participou da educação e cuidado aos irmãos mais novos quando da morte do pai. Casado, teve quatro filhos . Um homem com paixão e domínio das águas fluviais. Além de seu Vapor e Barco, deslizava pelos rios Parnaíba e Balsas , todos os navegáveis , com a sabedoria de Poseidon ou Netuno , tamanha a alegria em desvendar e transitar como atividade profissional de que tanto gostava . Pensei até no filme , primo Raimundo Floriano , FITZCARRALDO! Que bravio o desejo de fazer uma Sinfonia das Águas , olhar o pôr do sol ou os arrebóis das manhãs , no timão , a conduzir sua embarcação e trazer ,prover às cidades ,dos gêneros de necessidade , além de outros quereres das pessoas. Penso nele e vejo a figura calma de quem enfrentou bravias procelas mas das águas não se amedrontou . Primo Raimundo Floriano, meu comentário sobre meus tios-avôs e tias avós ! Peço desculpas por trabalhar apenas com memórias de outros para mim . Escrever não é fácil . Ousar escrever vivências por lembranças , é para ser perdoada!!! O que acha o Cardeal da Igreja Sertaneja, aquele que tanto se implica com celular e que, ao ganhar um de presente , esqueceu na Academia onde malha ?!Não registrou , em sua prodigiosa memória, o aparelho ,dispositivo móvel tão bom !!! FLORIANO : Labor Signum Nostrum Est. O Trabalho é o Nosso Lema! Salve São Pedro de Alcântara , Padroeiro da cidade . Que abençoe seus filhos que já partiram e os seus descendentes que lá vivem e os que se dispersaram pelo mundo . Teresa Cristina da Silva Néto. 22 de agosto de 2020.


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