MAGNÓLIA BAPTISTA, PRIMA QUERIDA, SE ENCANTO, AOS 94 ANOS DE IDADE
FUI REENCONTRAR-SE COM O MARIDO, RAIMUNDO BAPTISTA
Raimundo Floriano
Magnólia, aos 20 anos
Magnólia Maria Furtado Baptista nasceu a 8 de março de 1926, em Teresina (PI), filha de Pedro do Monte Furtado e de Júlia de Sousa e Silva, a Tia Julinha, irmã de meu pai.
O casal, por motivo de saúde, levou a família para Floriano (PI), indo residir na casa de nosso avô, Capitão Pedro José da Silva, menos o pai, que retornou a Parnarama (MA), onde tinha comercio.
Em Floriano, Magnólia fez o Primário e estudou na Escola Normal Regional. Depois, foi estudar em Teresina, para obter o diploma do Curso Pedagógico. Graduada, voltou para Floriano, onde passou a lecionas.
Ela herdou de Tia Julinha o dom da arte, principalmente na confecção de flores, buquês, grinaldas e adereços diversos, além de escrever contos e poesias, desenhar, pintar, cantar e encantar. Como florista, foi mão forte a ajudar financeiramente o marido, quando a manutenção prole assim o exigiu. Era, também, Ministra da Eucaristia da Igreja Católica.
A 31 de maio de 1949, casou-se com Raimundo Barbosa de Carvalho, Juiz de Direito em Guadalupe (PI) e futuro Desembargador de Justiça, residindo, a partir de então, em várias cidades piauienses, em decorrência do ofício do marido. O casal construiu numerosa e invejável prole, com 8 filhos, 22 netos e 24 bisnetos.
Em seu tempo de solteira, Magnólia passou duas férias em Balsas, alternando em nossa casa e na do Tio Cazuza. Na primeira delas, em 1940, participou, com Maria Alice, minha irmã, de sua idade, Violeta e Iracy, nossas primas, e outras jovens da cidade, do famoso Reis de Dona Antônia. Ficou-nos este registro:
Magnólia é a primeira de preto, à esquerda
Também ficou registrado este especial momento com nossa família; sendo eu esse marinheiro de cabelos cacheados, aos 3 aos de idade:
Magnólia e a terceira em pé, da esquerda para direita
Raimundo Baptista entregou a alma a Deus em abril deste ano. Ontem, 18 de julho, foi a vez da Magnólia. Vão-se os entes queridos, ficam a saudade, seus exemplos, sua bondade. Raimundo, além de livros jurídicos e didáticos, deixou as peripécias – muitas! – de que foi ator em Histórias de um Bom Malandro. Magnólia, por sua vez, manda ver em Lembranças, Dons e Artes, contendo, além de sua biografia, depoimento de cunho sociológico preciosíssimo sobre o tempo em que, na infância, morou na Fazenda Brejo, de nosso avô, Capitão Pedro José da Silva.
Falar nisso, vou contar-lhes um lance, para que vocês tenham pequena ideia de seu talento. Em 2013, quando eu preparava os originais de Pétalas do Rosa – Emigdio Rosa e Silva, meu pai, era conhecido como Rosa Ribeiro –, telefonei-lhe perguntando se possuía alguma foto da Fazenda Brejo e da casa em que nosso avô residia em Floriano. Ela disse que não, mas que iria pintá-las pois tinha tudo na lembrança. E o resultado aí está:
Fazenda Brejo
Casa de nosso avô em Floriano
Em 2002, 45 anos após ter saído do Piauí para conquistar o sul-maravilha, voltei a Teresina, juntamente com Veroni, minha mulher, para assistirmos às comemorações de seu Sesquicentenário de Fundação, que ocorreriam a partir de 16 de agosto. Naquele mesmo dia, ciceroneados pelo primo Airton Coelho, fizemos uma visita ao casal Raimundo/Magnólia, que nos recebeu carinhosamente, de braços abertos, não faltando café, doces, bolos e tudo o mais. Esta é a última lembrança que tenho deles:
Raimundo e Magnólia
Magnólia, prima querida, segure na não de Deus e vá!
Li muita coisa no Almanaque hoje. Está realmente muito bom! É um recanto histórico grandioso. Parabéns! Uma pergunta: Magnólia faleceu recentemente?
Maravilhoso! Se mamãe pudesse ver ficaria encantada. Mostrarei para meus irmãos. Respondendo a pergunta feita acima mamãe faleceu ontem dia 18/07/2020 às 21:30hs
Tristeza. Que descanse em paz
Vovó Mag era cativante, agregava e nos fazia sentir especial!! Já estamos morrendo de saudades!! Obrigada pela homenagem!
. Primo Raimundo Floriano, que bela homenagem à prima que partiu ao encontro do marido amado, três meses após a ida dele para o reino celestial. Penso em Magnólia e faço a bondade se personificar . Conversei algumas preciosas vezes com ela e pude ler, mais de uma vez, o livro que escreveu e enviou a mim, com carinhosa dedicatória . O olhar que ela tinha para o mundo, os fatos e as pessoas, era amorosidade e aceitação incondicional do outro . Incrível ! Não deixava de falar dos defeitos de alguém, por gentileza . Simplesmente , ela não os via . O que , para mim, era inusitado e quase inconcebível , logo se tornava aprendizado e gratidão a Deus e à vida, na percepção de Magnólia . Magnólia e Raimundo, um conto de amor . Sim! Um conto de amor sem ponto final. O prefácio do seu livro, por seu esposo, é uma declaração de amor após mais de seis décadas de união, com mais admiração e ternura. Magnólia é nome de flor, escreveu seu filho Ernesto. Magnólia deixa o mais belo legado de bondade e educação . Magnólia é flor da simpatia . Compreensiva e a pensar nos filhos e netos , ainda esperou para alçar seu voo aos céus , para que cada um pudesse se estabilizar emocionalmente com a despedida de seu amado. Os filhos e netos ficam sem chão mas a terão no coração para sempre. Uma lição de amor. Magnólia, bela flor, flor da simpatia .Flor de fevereiro , como disse o botânico francês , Pierre Magnol, que a descobriu . Mas para nós e um universo de pessoas que com ela conviveu , MAGNÓLIA não é a flor de fevereiro . NOSSA Magnólia é de todos os meses e de todas as estações . COLHEREMOS Magnólias sempre que a bondade e a ternura nos motivarem as ações . Magnólia é de todos nós ! Magnólia , menina florista, em seu primeiro raminho de aprendiz, já encantou quem com flores quis enfeitar . E com o dinheiro recebido , à mãe comprou presentes . Muito obrigada por sua passagem tão linda e de devoção ao Criador . Teresa Cristina
Belíssima e singela homenagem a nossa estimada, querida prima, exemplo de mulher, mãe e amada por todos. A história é fascinante.