Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 24 de dezembro de 2021

GASTRONOMIA: O BACALHAU COMO VOCÊ NUNCA VIU

 

O bacalhau como você nunca viu: cabeça do peixe, que não chega ao Brasil, é iguaria em Portugal

Do peixe, se aproveita praticamente tudo. Do fígado, se extrai o óleo. As ovas são curadas e viram botargas; as bochechas, apreciadíssimas, passam por salmouras e estão pelos cardápios de tascas
Uma estrela Michelin, chef português Diogo Rocha é craque no preparo do bacalhau Foto: Divulgação
Uma estrela Michelin, chef português Diogo Rocha é craque no preparo do bacalhau Foto: Divulgação

Vamos por partes, que não são poucas. Que o preço do bacalhau está salgado, não há dúvida. Sempre foi. Mas o peixe que é a cara do Natal não subiu tanto se comparado a outras carnes — no mercado Zona Sul, por exemplo, um quilo do lombo nobre de bacalhau custa cerca de R$ 150, enquanto o filé-mignon limpo é R$ 140. A diferença já foi maior.

Assim posto, o mergulho agora é outro, nas profundezas desse peixe que pode viver até 25 anos, chega a 2 metros, só gosta de águas gélidas e atende pelo nome científico de Gadus morhua. Bacalhau é, na verdade, o nome dado pelos portugueses à técnica de salga e secagem do peixe, que os noruegueses chamam de klippfisk. O Gadus mohrua é o “cabeça” da numerosa família dos gadídeos, que soma mais de 200 variedades, muitas presentes no mercado brasileiro desde 1842 quando, muitas vezes, o peixe seco era trocado por sacas de café.

— Chamamos de “cara de bacalhau”. Dessalgada, é um deleite para amantes da boa gastronomia, que cozinham ou assam no forno ou na grelha de carvão — ensina o chef português Diogo Rocha, do Mesa de Lemos, restaurante uma estrela Michelin, no Dão.

Alexandra ForbesVá em paz, Maksoud Plaza… temos substituto

Do peixe, se aproveita praticamente tudo. Do fígado, se extrai o óleo. As ovas são curadas e viram botargas; as bochechas, apreciadíssimas, passam por salmouras e estão pelos cardápios de tascas. A língua é outra iguaria. Na verdade, não é a língua propriamente: são pequenos músculos no maxilar do peixe.

—Usamos também a barriga, que tem o nome de sames ou samos, e é ótima para feijoada com feijão-branco. Temos um prato típico que se chama chora do mar, feito com massa cotovelinhos, línguas de bacalhau, caldo atomatado e coentro. As bochechas de bacalhau são muito sensíveis e de cocção rápida. Gosto de compará-las a vieiras — completa o chef.

Sardinhaem Portugal e no Brasil, uma paixão nacional

São muitas as opções também de preparo.

— Costumamos dizer que uma pessoa, para se casar, tem que saber fazer 365 receitas de bacalhau — conta o norueguês Oystein Valanes, pescador profissional de Gadus morhua e que há cinco anos vive no Rio.

 
 
Bacalhau salgado da Noruega:Brasil é o segundo mercado mais importante do país, o principal produtor Foto: RAWSTUDIO / Agência O Globo
Bacalhau salgado da Noruega:Brasil é o segundo mercado mais importante do país, o principal produtor Foto: RAWSTUDIO / Agência O Globo

O Brasil é o segundo mercado mais importante da Noruega, principal produtor. Mais de 20 mil toneladas são despachadas para cá anualmente, principalmente na Páscoa e no Natal. Além de gostoso, é saudável: tem baixo teor de gordura é fonte de proteínas, cálcio, ferro, ômega 3 e não traz conservante artificial. Só sal.

Para dessalgar, Rocha diz que o segredo está em colocar o peixe em água gelada (entre 3° e 4°C), que deve ser trocada a cada seis horas. Mais conselhos do chef: nunca congele as peças antes de dessalgar; ao comprar, pincele com azeite (para evitar que resseque) e coloque em pote fechado na geladeira.

Quanto aos cortes, o bacalhau é vendido em lombos, postas médias ou finas, abas ou badanas, migas (antecede o rabo) e o rabo. Aliás; quanto mais perto do rabo, mais barato. Por aqui, encontramos o mohrua, saithe, ling e zarbo. Além da Noruega, os maiores fornecedores são Islândia, Portugal, Espanha, França e Canadá. E já existe uma nova versão no mercado: o bacalhau polocki, que chega da China.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros