Aos 41 anos e perto de completar mil jogos pelo Cruzeiro, Fábio se tornou o primeiro símbolo de uma mudança inevitável causada pelas Sociedades Anônimas de Futebol no Brasil: a troca do olhar passional do dirigente amador pelo pragmatismo dos investidores. O goleiro, com contrato até dezembro de 2022, anunciou sua saída do clube após 17 anos e 976 partidas.
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“A SAF Cruzeiro quer encerrar minha carreira imediatamente, mesmo estando em plenas condições físicas e técnicas para continuar jogando em alto nível e ajudando o Cruzeiro. Somente Deus pode determinar nosso tempo”, desabafou o atleta em comunicado nas redes socais.
A mudança de plano ocorreu depois que Ronaldo sinalizou com a compra da SAF da Raposa. O grupo que assumirá o futebol informou ao jogador que desejava reduzir o contrato e encerrá-lo em março, após o Mineiro. Fábio não aceitou.
O recado dos novos gestores do Cruzeiro ficou claro quando o clube, ao anunciar o elenco para 2022 nas redes sociais, deixou o jogador de fora, mesmo com a questão ainda sendo discutida.
Fábio afirmou que sugeriu a redução de seu salário para o teto estabelecido, o que não foi aceito pela SAF.
Tamanha dureza talvez não viesse de um dirigente movido pela paixão: mesmo com a gritante escassez de recursos e com o fracasso na Série B de 2021, Sérgio Rodrigues assinou a renovação do goleiro em novembro passado, com a transformação do futebol da Raposa em SAF já bem encaminhada.
A maneira com que os novos gestores do Cruzeiro lidaram com o caso reforça também um caminho que é natural assim que investidores assumem o futebol: a busca pelo rejuvenescimento do elenco, potencializando, por tabela, jogadores que podem render transferências futuras. E nisso os mais velhos, sem potencial de venda, são descartados.
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John Textor, bilionário americano que ficou em evidência depois de sinalizar o desejo de comprar a SAF do Botafogo, tratou de dispensar os veteranos do Crystal Palace, clube inglês que administra desde o fim da última temporada europeia. Sete acima dos 30 anos, todos em fim de contrato, foram liberados para procurar outros clubes. Incluindo Gary Cahill, de 35, consagrado na carreira.