Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 07 de agosto de 2018

DEZ DICAS PARA LIDAR MELHOR COM A ANSIEDADE

 

Dez dicas para lidar melhor com a ansiedade

Da meditação ao exercício físico, passando por terapias e tratamento médico, psicanalista ensina como administrar níveis diferentes do transtorno

POR MONICA DONETTO GUEDES

Ansiedade em excesso pode ser um transtorno que causa prejuízos à qualidade de vida - Divulgação / Agência O Globo

A ansiedade apresenta-se em diferentes intensidades e certa dose dela é fundamental para a nossa existência. Primeiro porque ela é responsável pelo nosso instinto de preservação, isto é, diante de uma situação de perigo, é um certo quantum de ansiedade que nos levará a buscar modos de proteção. Em segundo lugar é também uma dose de ansiedade que nos impulsiona para a vida, a buscar os resultados para conseguirmos atingir os nossos objetivos, a construção de projetos e, sendo assim, ao crescimento pessoal nos mais variados setores.

No entanto, quando nos referimos a ansiedade como um transtorno, entendemos que há um exagero na dose. É como se a psique fornecesse uma quantidade que transborda e, por isso, as sensações físicas e psíquicas são estranhas. O que em seguida assistimos é um modo de funcionar emocionalmente que traz prejuízos pela forma como ela invade o corpo. Na maioria das vezes, a ansiedade patológica aparece com sintomas corporais, como por exemplo sudorese, taquicardia, dormência nas extremidades do corpo ou também através dos sintomas psicossomáticos, entre eles, problemas gástricos, intestinais...

 

Temos a versão da ansiedade que se apresenta através de uma preocupação crônica, isto é, o ansioso nunca está no tempo presente. Uma característica de quem experimenta esse sintoma é sofrer por antecipação. Ainda é possível viver esse excesso de ansiedade através de pensamentos confusos que muitas vezes deixam o individuo que sofre com uma sensação de estar desconectado do que acontece a sua volta. Hoje entendemos que é necessário um conjunto de ações para aprender a lidar com esse modo de funcionar e transformar essa energia destrutiva em um combustível a favor da qualidade de vida.

A psicanálise é fundamental para que se possa ressignificar aspectos da história primitiva desse indivíduo que sofre através da neurose de angústia e ansiedade. Poderíamos pensar aqui nas experiências iniciais da vida da mãe com o bebê e nas marcas deixadas desse encontro. É preciso também olhar para os recursos que podem ajudar (no aqui e agora) na reestruturação desse corpo, possivelmente marcado por um certo desamparo. Vamos as dicas!

1 - Aprender a respirar. A respiração traz você para o presente. Promove a consciência e, sendo assim, o afasta dos fantasmas que paralisam o seu modo de funcionar. Por meio da respiração você encontra o centro de si mesmo.

 

2 - O exercício da meditação. Aprenda a lidar com o estresse, a olhar mais para os acontecimentos reais do corpo e, dessa maneira, você é levado a conhecê-lo melhor, diminuindo o medo das experiências corporais e psicossomáticas. 

3 - Atividade Física. Ela eleva a produção de serotonina e a sensação de prazer. O exercício proporciona um reconhecimento da potência do corpo. É importante para a pessoa ansiosa escolher atividades que fortaleçam as pernas e que promovam o equilíbrio, porque as experiências que passam pelo corpo podem reorganizar as experiências traumáticas iniciais da vida. Na experiência de análise é possível perceber que a maioria dos que chegam com sintomas de angústia e ansiedade passaram por uma experiência na infância de não ter sido acolhida, isto é, esse corpo não teve um contorno e o que ficou foi a sensação de cair, sucumbir. É importante marcar aqui que não se trata de pais que não são amorosos. Estamos falando de pais que não conseguem amparar por conta também das suas próprias questões emocionais e relacionais.

4 - O ato de brincar. É notório o aumento no número de crianças que chegam à clínica com ansiedade. Estamos cada vez mais perdendo a capacidade de brincar, e isso acontece desde muito cedo. Somos postos em uma sociedade que privilegia o sucesso a qualquer custo e despreza o humor, a leveza e a riqueza que há no infantil que carregamos dentro de nós a vida toda. Ainda incita a competição desenfreada que acaba refletindo nas escolhas das crianças: o maior exemplo são os jogos de performance e os videogames.

5 - Relacionamentos atóxicos. Escolher estar com pessoas que fazem bem, ccom quem você se sente parte e acolhido.

6 - Ócio produtivo. Deixar-se perder tempo, isto é, entender que o corpo precisa também desse espaço de calmaria e de contemplação. Nos distanciamos muito da natureza e esquecemos que somos parte dela.

7 - Modular projetos de trabalho e\ou estudo. Muitas vezes somos tomados por um excesso, que de fato é da ordem do insuportável, e estamos sempre presos à ideia de uma produção para um futuro que nunca chega. O ansioso vive uma busca constante: há sempre algo a ser feito, uma falha a ser corrigida, um tornar-se a ser. Parece uma dívida eterna consigo mesmo.

8 - Dormir. É bom evitar nesse momento refazer a agenda mental do dia seguinte, da semana, do mês, do ano, da vida! Evite os celulares e, mais do que isso, evite distrair-se com o mundo que há dentro dele. É preciso aprender a se entregar à hora de dormir. Um bom banho, acompanhado de um chá e de uma boa música podem funcionar como uma mãe acolhedora e calorosa.

9 - Espaço Terapêutico. É preciso recordar e reelaborar os aspectos psíquicos que provocam a ansiedade. A possibilidade de cura passa pela possibilidade de se chegar ao trauma. A escolha do sintoma não é aleatória e remete ao desenvolvimento emocional e relacional nos primeiros anos de vida. Por meio da análise podemos aprender a lidar com os pais construídos dentro de nós e, dessa forma, ressignificar o nosso modo de existir agora como adultos, cuidando de nós mesmos. 

10 - Medicina. Dependendo do nível de ansiedade pelo qual você esteja passando, por exemplo, se tem um Transtorno de Ansiedade Generalizada, que esteja paralisando a sua vida, é preciso recorrer aos medicamentos durante um período. Até mesmo para que todas as experiências descritas acima tornem-se possíveis.

* Monica Donetto Guedes é psicanalista


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