SAMARA — Neymar terá, nesta segunda-feira, contra o México, a chance de chamar para si o protagonismo que tanto se espera dele na Copa do Mundo. Nas oitavas de final contra o time de Juan Carlos Osorio, o craque brasileiro precisará decidir que caminho seguir no Mundial.
ra ele chegar ao topo. Do trio de jogadores considerados os melhores do planeta, Neymar é quem ainda sobrevive nesta Copa do Mundo. Cristiano Ronaldo e Messi foram eliminados no sábado, o que proporciona ao craque brasileiro uma possibilidade de "resposta". Enquanto eles foram tão mal, o camisa 10 tem a oportunidade de, enfim, ter uma atuação robusta na Rússia.
Instigado pela oportunidade de um lado, Neymar é provocado por outro. Os dois companheiros de ataque no Paris Saint-Germain podem servir de incentivo para o brasileiro brilhar. Ambos, inclusive, estão diretamente relacionados às despedidas de Messi e Cristiano Ronaldo nas oitavas. Mbappé brilhou e teve uma das melhores atuações individuais da Copa ao fazer dois dos quatro gols da França sobre a Argentina. A dobradinha também veio para Cavani, que mandou os portugueses para casa.
— Por incrível que pareça, fiquei com esse pensamento na cabeça, que no nosso jogo será a vez de o Neymar brilhar, depois de Mbappé e Cavani. Nossa seleção é muito equilibrada, no momento certo, damos essa liberdade para os atacantes resolverem. Esperamos que Neymar esteja inspirado como os outros — afirmou o capitão Thiago Silva, companheiro dos três no PSG.
Até agora, Neymar está no meio do caminho entre os dois extremos. Na média das notas apuradas pelo GLOBO, está atrás de Mbappé e Cavani, mas melhor do que Cristiano Ronaldo e Messi. Até agora, está à sombra de Philippe Coutinho em termos de desempenho. Nos outros quesitos, continua sendo o centro das atenções, seja pelo cabelo, pelas faltas que recebe (ou simula), pelo choro ou pelo temor que ele volte a se machucar.
Depois de três jogos, Neymar fez um gol, o segundo contra a Costa Rica, já aos 52 minutos do segundo tempo. Contra a Sérvia, viu-se um camisa 10 em evolução. Menos egoísta, mais voltado para o avanço das jogadas, em vez de dar uma lambreta no adversário em desvantagem ou chamar uma falta no meio-campo. Cobrando escanteio, deu a assistência para o gol de Thiago Silva.
Nos treinos, passada a fase de rancor pelos questionamentos ao choro pós-Costa Rica, já se vê um Neymar mais leve (assim como todo o grupo). O limiar entre a descontração e a displicência é próximo, mas, a essa altura, nem o preparador físico reclama quando o craque dá "migué" nos alongamentos.
Neymar evolui também porque há um aprimoramento físico. E Tite já ressaltou isso. Ele passou três meses de molho por causa da fratura no quinto metatarso do pé direito. Depois de boas participações em 129 dos 180 minutos dos amistosos contra Croácia e Áustria, Neymar só fez o primeiro jogo completo dele na Rússia, no empate com a Suíça. Do técnico, veio o segundo chamado: ele está no auge para brilhar.
— Ele retomou o nível máximo dele. Nós sabemos o preço que ele pagou para chegar aqui e retomar esse nível. Contra a Sérvia, jogou muito. Baixou para ajudar a marcar o lateral, fez a transição precisa, teve finta em lance individual. Agora, sim, ele retomou o alto nível.