Para o mercado editorial brasileiro, o tempo das vacas magras parece ter ficado para trás. Em 2021, a venda de livros cresceu 29,3%. Já o faturamento das editoras aumentou 29,2%. Os dados são do Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa realizada pela consultoria Nielsen BookScan e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
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Ao todo, foram vendidos 55.012.271 livros no Brasil no ano passado. Em 2020, haviam sido comercializados pouco mais de 42,5 milhões. Já as editoras faturaram R$ 2,28 bilhões no ano passado e R$ 1,76 bilhão no ano anterior. Em 2020, em consequência do fechamento do comércio para conter a disseminação do novo coronavírus, o mercado encolheu 8,8%.
Em 2021, o número de títulos vendidos também cresceu 9,7% em relação a 2020. A quantidade de títulos comercializados é aferida por meio do ISBN, espécie de número de identidade dos livros. Em 2021, foram vendidos 408 mil ISBNs.
Segundo Ismael Borges, gestor da divisão Nielsen Book Brasil, 2021 foi "um ano de números superlativos". Ele aponta que, apesar da inflação de dois dígitos, o aumento do desconto médio "fez zerar a variação do preço médio do livro". Na comparação entre 2020 e 2021, o preço do livro caiu 0,06%. O desconto médio, no entanto, passou de 23,23% em 2020 para 25,98% no ano passado.
O Painel do Varejo de Livros no Brasil também trouxe dados relativos ao mês de dezembro de 2021. Em comparação com o mesmo período de 2020, a venda de livros aumentou 4,9%. Entre 6 de dezembro de 2021 e 2 de janeiro deste ano, foram vendidos 5,4 milhões de livros, cerca de 300 mil a mais do que no mesmo período do ano anterior. Em dezembro, as editoras faturaram R$ 235 milhões, 14,1% a mais do que em 2020.