Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 15 de janeiro de 2022

COPA DO MUNDO 2022: TITE PODE SER TEIMOSO

Martín Fernandez: Tite pode ser teimoso

Se o técnico da seleção entende que algum tipo de ajuda a Philippe Coutinho pode significar uma recompensa a seu time na Copa, isso deveria bastar para justificar sua convocação
Tite entra no ano de Copa do Mundo atrás de ajustes na equipe titular Foto: Lucas Figueiredo / Agência O Globo
Tite entra no ano de Copa do Mundo atrás de ajustes na equipe titular Foto: Lucas Figueiredo / Agência O Globo
 

Durante a entrevista coletiva em que anunciou os convocados para os próximos jogos da seleção pelas Eliminatórias, ontem, Tite foi informado de que se tratava do Dia Nacional do Treinador de Futebol. E então permitiu-se o gracejo: “Parabéns para os 210 milhões de técnicos do Brasil”. A lista mal havia sido divulgada e já era possível perceber o descontentamento. Por que Philippe Coutinho voltou a ter uma chance? O que fez Daniel Alves para merecer ser chamado? E Everton Ribeiro? Cadê Guilherme Arana? Raphael Veiga por acaso joga vôlei? Hulk nasceu na Austrália?

Pacientemente, como faz há quase seis anos, Tite gastou mais de uma hora respondendo a perguntas sobre sua convocação. Ao contrário do que costumam fazer alguns de seus pares e antecessores, o técnico da seleção não interdita debates e não se opõe a falar sobre suas escolhas. É aqui que o treinador produz — inadvertida e desnecessariamente — provas contra si próprio.

Sobre o jogador mais contestado da convocação, Tite afirmou: “Coutinho é um jogador de armação e conclusão importante, que vai recuperando seu melhor nível. Está em condição de retornar.”

Philippe Coutinho jogou pouco no segundo semestre de 2021 pelo Barcelona, não teve espaço com o técnico Xavi e virou um estorvo financeiro para o clube. É bem fácil encontrar reportagens na imprensa da Catalunha que o catalogam como “pior contratação da história do clube” (um exagero e uma injustiça). Numa tentativa de voltar a ser o jogador que já foi, o meia de 29 anos acaba de topar ser emprestado para o Aston Villa, 14º colocado do Campeonato Inglês. Ou seja, é difícil concordar com Tite quanto a Coutinho estar “recuperando seu melhor nível”. Mas isso não é importante.

Ao técnico da seleção brasileira, seja ele quem for, deveria ser permitida uma cota de teimosia — até por ser impossível alcançar a unanimidade entre 210 milhões de outros técnicos. Foi sob Tite, antes da Copa do Mundo de 2018, que Coutinho jogou seu melhor futebol. Se o treinador entende que algum tipo de ajuda ao jogador neste momento pode significar uma recompensa a seu time na Copa do Mundo em novembro, isso deveria bastar para justificar sua convocação.

É desnecessário e contraproducente embrulhar a decisão num discurso de meritocracia. Até porque, para outros jogadores, o critério não se sustenta. Roberto Firmino, por exemplo, ficou fora por causa de uma suposta “irregularidade em função das lesões”. Na atual temporada europeia, Coutinho tem menos minutos, menos gols e menos assistências do que Firmino. Não há nada de errado em convocar um e excluir outro; tomar decisões de acordo com as próprias convicções é parte importante do trabalho de um selecionador.

No mais, a lista com 26 nomes (e sem Neymar, machucado) ajuda pouco a prever qual será o grupo da Copa do Mundo — e ainda faltam pelo menos mais três convocações até o Qatar. De chocante, mesmo, só o fato de que Renan Lodi perdeu a oportunidade de disputar uma vaga na seleção porque não se vacinou contra a Covid-19. A CBF acertou ao não chamá-lo. Neste caso específico, o discurso de Tite foi perfeito.


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