No encontro, Paes garantiu que a mudança não é um cancelamento do carnaval:
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Sobre a folia de rua, inicialmente cancelada em seus moldes tradicionais, Paes afirmou que ainda não há uma resolução em relação à possibilidade de que aconteça em abril. Quanto ao Sambódromo, o prefeito afirmou que a medida seguiu as orientações dos secretários municipais de Saúde do Rio, Daniel Soranz, e de São Paulo, Édson Aparecido.
— A gente respeita a ciência. Vamos tomar as medidas adequadas respeitando uma festa que é a maior manifestação popular e cultural do Brasil — afirmou o prefeito. — No feriado de Tiradentes, poderemos celebrar a vida em um momento muito melhor.
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Ordem de desfiles mantida
Entre os artistas que fazem a festa e dirigentes das escolas, esta semana já se afirmava que seria mantido o ritmo de preparativos nos barracões mesmo em caso de um adiamento. Agremiações como Viradouro estão em fase de decoração de carros alegóricos, enquanto a Sapucaí passa por uma reforma para receber o espetáculo.
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Em nota, a Liesa ressaltou que tão importante quanto a festa na Sapucaí “é o respeito à vida e à saúde do público e dos componentes”. A Liga informou também que a ordem dos desfiles e horários não sofrerão alterações, e todos os ingressos adquiridos passam a valer automaticamente para as novas datas. Será disponibilizado pela Liesa um canal para esclarecer dúvidas e orientar sobre a compra de ingressos.
A decisão de transferir as datas dos desfiles das escolas “era um dos cenários já previstos pela organização”, afirma a nota, que continua dizendo que a Liga, em abril, seguirá todas as recomendações dos órgãos competentes e protocolos vigentes.
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Logo em seguida, o diretor de marketing da entidade divulgou as novas datas dos desfiles no Rio. Vão começar na quarta-feira (20 de abril), com a primeira noite da Série Ouro, a divisão de acesso do carnaval carioca. Na quinta-feira (21), segue a segunda noite do grupo. Já na sexta (22) e no sábado (23) será a vez do Grupo Especial. Sendo assim, se apresentam no primeiro dia, na ordem, Imperatriz, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor. No segundo, a Paraíso do Tuiuti abre o espetáculo, seguida de Portela, Mocidade, Tijuca, Grande Rio e Vila Isabel.
— O adiamento foi a decisão mais prudente, otimista e vitoriosa. Se ganha mais tempo para se preparar para o espetáculo do ponto de vista comercial, respaldando os parceiros do carnaval não só com um ambiente sanitário mais seguro, mas também financeiro — afirmou Gabriel David.
Aumento dos casos
Em São Paulo, a prefeitura também ressaltou que a postergação foi decidida “em respeito ao atual quadro da pandemia de Covid-19 no Brasil e a necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional”. A prefeitura paulistana havia apresentado os protocolos sanitários do desfile no Anhembi na última quarta-feira. Entre as normas, público e componentes das escolas deveriam usar máscaras o tempo todo. Em nota conjunta, as secretarias de saúde do Rio e de São Paulo destacaram o quadro que levou à nova decisão.
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“Na semana 51/2021 foram confirmados 9.476 casos de Covid em São Paulo e 1.113 casos no Rio de Janeiro; na semana 52 foram 18.513 casos confirmados em São Paulo, e no Rio, 9.752; na semana 01/2022, 40.979 casos em São Paulo e 50.857 no Rio, caracterizando crescimento intenso na curva de casos confirmados. A partir da semana 51/2021 também ocorreu aumento das internações hospitalares por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), ressaltando em especial um maior risco em não vacinados e/ou pessoas com esquema vacinal incompleto”, diz o texto.
— A ocupação atual dos hotéis está em torno de 75%, e vem assim desde o réveillon, por conta dos turistas nacionais. A expectativa é de que, mesmo com o adiamento do desfile, a ocupação no feriado momesco chegue a 85%.