Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Raimundo Floriano - Perfis e Crônicas sábado, 28 de maio de 2022

BODAS DE DIAMANTE DE SALIMA E BERNARDINO

BODAS DE DIAMANTE DE SALIMA E BERNARDINO

Raimundo Floriano

 

  

31.05.1962 – 31.05.2022

 

Meus primos Salima e Bernardino – que nós chamamos de Benu – estão comemorando suas Bodas de Diamante. Sessenta anos de um casamento feliz e abençoado por Deus!

 

 

Convite para a celebração

 

Para homenageá-los, transcrevo aqui este belo texto escrito por seu filho Antônio Carlos Dib, advogado, escritor, colunista deste Almanaque e Sacristão da Igreja Sertaneja, lido na Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima, há dez anos, na Celebração das Bodas de Ouro desse querido casal.

 

 

Antônio Carlos Dib

 

“O distante ano de 1962 entra para a história de nossas vidas como aquele em que Salima e Bernardino se uniram em matrimônio, exatamente aqui, na Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima, em sagrada celebração presidida pelo saudoso Frei Demétrio, seu primeiro e inesquecível pároco.

 

Por aquela época, a cidade sonhada por Dom Bosco e nascida do destemor e audácia de Juscelino Kubitschek, Brasília, havia completado dois anos de existência, dando os primeiros e decisivos passos rumo a seu destino glorioso. Muitos eram os sonhos, desejos e esperanças daqueles que aqui aportaram, trazendo na bagagem o desprezo pelas privações e dificuldades, o amor à aventura e o ideal de crescer e prosperar juntamente com a pujante Brasília.

 

Outro não era o ideal da jovem Salima. Oriunda da Cidade de Catalão, a mesma em que Bernardo Guimarães exercitou a magistratura, e egressa de calorosa família de goianos árabes, Salima era destas idealistas e visionárias. Juntamente com seus pais, David e Ivone, com sua irmã Bárbara e os irmãos Calixto e Salim, todos candangos e pioneiros de primeira hora, aqui chegou em 1957. Foi, urge registrar, a família Dib motivada a desbravar estes sertões do cerrado pelo bandeirante contemporâneo Bernardo Sayão.

 

Bernardino, por sua vez, é oriundo do agreste Piauí. Nascido na cidade de Porto Seguro, que depois passou a se chamar Guadalupe, viu sua cidade natal terminar submersa pelas águas da Barragem de Boa Esperança, construída no velho Parnaíba. Mirando-se no exemplo de seu pai, Frutuoso, autodidata, farmacêutico, fundador de Guadalupe e intelectual sensível e arguto, Bernardino bacharelou-se pela Faculdade Federal de Direito do Estado do Piauí. Viveu por alguns anos no Rio de Janeiro, cursando doutorado e militando na carreira advocatícia. Transferiu-se, depois, para Brasília, acompanhando a própria transferência para a jovem Capital do Escritório ao qual pertencia – “Momsen, Gabaglia, Barros e Velloso” -, juntamente com seus sócios, Sérgio Ribeiro da Costa e o primo Firmino Ferreira Paz, que, tempos depois, viria a ser Procurador Geral da República e Ministro do Supremo Tribunal Federal. Chegou, então, a tempo de assistir à inauguração da infante Brasília, em 1960.

 

Travaram, aqui, conhecimento por intermédio de certa empregada doméstica que, tendo servido na casa da família Dib e, após, na de Bernardino, atuou como cupido, aproximando-os. Namoraram por telefone, ao longo de seis meses, falando-se sem interrupção por todas as noites, quando, então, Bernardino, enchendo-se de coragem, deu por encerrado o namoro telefônico e recebeu o hospitaleiro acolhimento da família de sua amada, convertendo-se em mais um dos filhos de Seu Dib e de Dona Ivone. Promovida a memorável aproximação, Salima e Bernardino nunca mais se apartaram.

 

Temos, assim, que tal qual a mão e a luva, a razão e o sonho, a matéria e o espírito, a prosa e a poesia, ambos se completam e se complementam.

 

Enquanto que Salima trouxe para a relação sua inigualável fortaleza, sempre regada com maciças doses de amor incondicional; Bernardino deu à relação leveza e docilidade, pautado em seu talento natural para a conciliação e em seus modos cativantes.

 

Construíram juntos um lar saudável e acolhedor, embasado nos princípios cristãos, no forte sentimento de família e na comensalidade, com reuniões semanais dos entes amados em torno da boa e farta mesa, que sempre se serviu da culinária árabe, da goiana e da piauiense.

 

Geraram filhos e netos. Amaram, sofreram, lutaram, aprenderam e muito ensinaram. Difundiram e propagaram o amor pelos lugares por onde passaram. Combateram e combatem o bom combate; guardaram e guardam a fé. Exemplo ímpar de união conjugal, constituem eles paradigma e modelo para todos os casais e enamorados.

 

Falando de minha mãe, posso aqui relacionar seu vigor e disposição para o trabalho, sua abnegação e altruísmo e a dedicação amorosa a tudo a que se entregou na vida: fervorosa católica, devotada esposa; mãe amantíssima; zelosa dona de casa; boa filha; boa irmã; boa tia; boa amiga e servidora pública exemplar.

 

Sobre meu pai, relaciono seu amor pelos estudos, pelas letras, pelo Direito e pela justiça. Se, por um lado, sempre se mostrou devotado à família e aos amigos, por outro sempre atuou profissionalmente com mérito e paixão, servindo fielmente à ciência que abraçou, brilhando como advogado particular, como advogado da Universidade de Brasília – UnB e como membro do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, no qual ingressou em fevereiro de 1967 e construiu vitoriosa carreira, atuando como Defensor Público, como Promotor Público, como Curador de Família, como Subprocurador-Geral de Justiça (depois chamado Procurador de Justiça) e, finalmente, como Procurador-Geral de Justiça, substituindo o amigo, Doutor Geraldo Nunes. Habilidoso civilista, homem público da velha estirpe, sério, probo e honrado.

 

Muitos, portanto, são os méritos dos aniversariantes, mas curto o tempo presente.

 

Assim, em conclusão, rogo a Deus que derrame sobre o amado casal copiosas bênçãos, e que lhes pague em dobro todo o amor e todo o bem que ambos têm plantado no correr dos anos. Peço à virgem Maria que vele por estes seus filhos. Parabéns, queridos. Saúde, paz e mais cinquenta anos para vocês!

 

Concluo esta oração pedindo a todos os presentes que me acompanhem em um caloroso “parabéns pra você” aos aniversariantes e, depois do parabéns, pedirei licença ao honorável celebrante para cantarmos juntos a oração de consagração à Nossa Senhora de Fátima, Santa da devoção de meu pai.

 

Obrigado!”

 

 

**********

NOTA DO EDITOR

 

Antônio Carlos se esqueceu de dizer, ou não o fez por modéstia, que Salima era uma das moças mais bonitas do Brasil. Haja vista que foi Miss Goiás. Meu irmão Afonso Celso, pioneiro de Brasília, residia em Goiânia antes de se transferir para a Capital Federal em construção e foi testemunha desse momento glorioso de nossa querida prima.

 

Isto quem me contou foi o próprio Benu:

 

Conforme disse acima Antônio Carlos, o namoro de Salima e Bernardino, intermediado por uma faxineira que prestava seus serviços nas residências dos dois, era apenas telefônico, pois naquela época não dispunham de internet ou de celular para que ambos conhecessem a imagem um do outro.

 

Marcado o primeiro encontro, Benu, apreensivo e cheio de expectativa, procurou o primo Afonso para tomar informação sobre o tipo físico de sua desconhecida amada. Afonso foi curto e grosso:

 

– É UM PEIXÃO!


domingo, 29 de maio de 2022 as 15:22:08

Antônio Carlos Dib de Sousa e Silva
disse:

Pura verdade, primo Floriano! Antes de visitar minha mãe, meu pai, “ad cautelam”, procurou o saudoso primo Afonso Celso, que era colega de minha mãe na NOVACAP, para se informar dela. Afonso Celso lhe mostrou um retrato de minha mãe e lhe disse: Benu, vá tranquilo! Ela é um peixão! KKKKK!!!!


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