Muitas pessoas acreditam que para emagrecer devemos priorizar a alimentação. E quantas vezes não escutamos frases como “para emagrecer tem que fechar a boca”, “quero emagrecer, vou começar uma dieta”, “vou procurar um nutricionista porque quero emagrecer”, entre outras...
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Então, invariavelmente as pessoas procuram por soluções através da alimentação. E apenas através da alimentação. E esquecem que de outro lado há um fator que muito ajuda, não apenas a quem quer emagrecer, mas sobretudo, a quem quer ter mais saúde.
Um estudo, feito na Espanha, chamou minha atenção essa semana. Ele dizia que a quantidade de calorias consumidas em média pelos espanhóis é, atualmente, de cerca de 2600, enquanto que há 40 anos, era de 3 mil calorias. Ou seja, um deficit de cerca de 400 calorias por dia. Mesmo assim o número de pessoas com sobrepeso e obesidade ainda continua a crescer no país.
Recentemente no Brasil, foi constatado também uma mudança no comportamento alimentar, e o brasileiro voltou a comer mais alimentos in natura, como frutas e legumes, e reduziu o consumo de açúcar, sal e gorduras. E ainda assim, temos aumento da obesidade por aqui também. Na verdade, de 2006 até 2016 a obesidade cresceu 60% no Brasil, foi o maior crescimento no mundo!
Aqui, na Espanha, e em muitos outros países do mundo, comendo menos ou comendo melhor, as pessoas estão ganhando peso porque passam a maior parte do tempo inativas. Sim, sentadas, recostadas, deitadas. E quanto mais as pessoas tiverem o foco em reduzir a alimentação ou cortar alimentos, sem incorporar algum movimento físico em suas rotinas, maior será o efeito reverso na balança.
Não fazer movimento físico reduz o ritmo metabólico. Ao passo que, fazer exercício físico regular, aumenta. E não apenas pelo gasto calórico aumentado durante o exercício ou movimento físico, mas pela construção de massa muscular que acontece através do estimulo da atividade física regular e que também ajuda a acelerar o ritmo metabólico.
Ficar sentado durante horas, reduz as contrações musculares e deixa nosso corpo mais lento, preguiçoso e econômico, o que se traduz em estoque de energia através de gordura. Mas não apenas isso. O movimento físico estimula todos os órgãos do nosso corpo a funcionar melhor. Então, comer bem, é ótimo, é saudável, e claro que é um esforço (para uns) ou um hábito (para outros), que vale muito a pena. Mas, o que proponho é que não se faça da alimentação um recurso único. Investir em prática de exercícios físicos regulares é ainda mais fácil e mais eficiente para a saúde e para o emagrecimento.
Até agora, falamos do ponto de vista estético, falamos basicamente de emagrecimento. Porém, ao falar em saúde, em longevidade, em doenças, claro que ter uma boa alimentação é importante. Alguns estudos, como um recente feito por cientistas noruegueses, mostram que uma boa alimentação pode aumentar a expectativa de vida em até 13 anos, quando comparado a pessoas que comem mal.
Na verdade, ao procurar uma alimentação mais saudável, pessoa ganha saúde, e isso é maravilhoso. Quando se coloca o emagrecimento em primeiro lugar, o resultado pode ser desastroso. Na vontade de emagrecer e, às vezes, emagrecer cada vez mais, a pessoa vai apenas cortando, tirando, se privando... Pensar no alimento como fonte de saúde, e não como vilão, é o melhor caminho.
Portanto, o que importa mais? Fazer dieta ou atividade física quando se quer emagrecer? O ideal é trazer o corpo para o equilíbrio, em que se tenha de um lado o gasto calórico promovido pelo movimento físico e do outro, a ingestão de calorias, ou seja, a energia que jogamos para dentro do corpo, ambos em harmonia. No final das contas, o que realmente importa é o estilo de vida.