Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 21 de junho de 2018

ARGENTINA DECIDE NESTA QUINTA SUA VIDA SOB A CRUZ DE MESSI

 

 

Argentina decide nesta quinta sua vida sob a cruz de Messi

Craque é ao mesmo tempo visto como salvador e cobrado por não salvar

Lionel Messi cabeceia a bola no treino da Argentina em Bronnitsy Foto: JUAN MABROMATA / AFP
Lionel Messi cabeceia a bola no treino da Argentina em Bronnitsy - JUAN MABROMATA / AFP

POR CARLOS EDUARDO MANSUR/ENVIADO ESPECIAL

Níjni Novgorod - A Argentina se preocupa com o aparente abatimento de Messi após o pênalti perdido contra a Islândia e tenta protegê-lo. Enquanto os números escancaram o tamanho de sua influência, o rendimento do time amplia a sensação de que ele é tudo o que a seleção tem. No entorno da equipe, convivem a crença cega de que Messi será capaz de decidir, ainda que sozinho, e a cobrança recorrente sempre que suas intervenções não resultam salvadoras. Chega o jogo com a Croácia, nesta quinta, quase uma decisão para os argentinos, sem que a seleção tenha encontrado razões diferentes de Messi para acreditar que vá seguir adiante. Seu nome está em toda parte.

 

O técnico Jorge Sampaoli teve que responder sobre o craque. Rakitic, companheiro no Barcelona, também. O treinador croata, Zlato Dalic, foi outro que ouviu perguntas como se estivéssemos diante de um Croácia x Messi. Deve jogar uma Argentina com até três modificações, medidas de urgência diante da falta de jogo. Uma nova escalação que talvez coloque ainda mais peso sobre Messi.

Tão caótica foi a preparação que um dado raro em seleções de elite pode ocorrer contra a Croácia: num jogo decisivo de Copa do Mundo, haverá seis titulares argentinos com, no máximo, dez partidas na carreira com a camisa do país: o goleiro Caballero (quatro), os laterais Tagliafico (cinco) e Salvio (dez) e o meia Meza (três). Confirmadas as mudanças especuladas, entram o meia Acuña (nove jogos pela seleção) e o atacante Pavón (seis).
 

Isso amplia o peso sobre os mais experientes, Messi entre eles. O craque, que já jogou 121 vezes pela Argentina, soma nove jogos a mais do que oito titulares juntos. Excluídos os experientes Mascherano e Aguero, todos os demais que entrarão em campo hoje somam só 112 aparições pela seleção.

O jogo com a Islândia foi a imagem de Messi assumindo todo tipo de funções. Dos 718 passes que a Argentina trocou, ele foi a origem ou o destino de 141. Ou seja, quase 20%, uma participação inferior apenas à de Mascherano, que iniciava as jogadas ao receber a bola da defesa, e do zagueiro Rojo. Um gráfico que divide o campo em 18 quadrantes mostra que Messi recebeu passes em 12 deles na estreia. Só não foi buscar a bola nos 30 metros mais próximos do gol defendido por Caballero. E foi Messi o responsável por 11 das 26 finalizações do time no jogo.

A impressão, por vezes, é de que Messi carrega uma cruz ao longo da Copa. Tudo é muito delicado. Sampaoli se move no tema Messi como se manuseasse um cristal. Ao assumir, chegou a falar a construir “um time que será muito mais de Messi do que meu”. Agora, para proteger seu craque, ataca as críticas que responsabilizam de Messi pela jejum de 25 anos sem títulos da seleção.

 

— Quando Messi faz gol com a camisa argentina, gritamos todos e nos sentimos parte. Quando não faz, não ganhamos, a culpa é dele. É muito cômodo para todos que apenas um jogador tenha responsabilidade. Ele é o melhor do mundo, pode mudar um jogo, mas não pode ser responsável por um fracasso — disse Sampaoli. — Messi é um prócer, como foi Maradona em sua época.

As mudanças na escalação são uma cartada ousada. Sampaoli tenta implantar o jogo em que acredita, de ocupação do campo adversário e muito ataque. Logo na partida mais difícil, com uma formação inédita e pouco tempo de trabalho. Sampaoli assumiu o cargo para os quatro últimos jogos das eliminatórias, com a seleção no desespero para se classificar. Apostou em seu modelo, depois recuou e iniciou a Copa com uma formação mais conservadora. Agora, o time terá uma linha de três defensores, alas avançados e tentativa de pressão total num time técnico, com Rakitic e Modric no meio-campo.

— Você precisa se adaptar à realidade e, aos poucos, implantar sua forma de jogar. Mais do que o sistema tático, o importante é o estilo: ficar o máximo com a bola e pressionar para recuperá-la rapidamente — disse Sampaoli.


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